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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

P- 50, ADEUS GUINÉ



Esta música fez estória no tempo da Guerra colonial, ou do Ultramar, 1961 a 1974
De autoria do "Conjunto Típico Armindo Campos" de Matosinhos. Marcou de uma forma ou de outra todos os soldados, principalmente os que estiveram na Guiné, que de algum modo sentiram, terem cumprido o dever para a qual foram chamados, que era defender a Pátria. Este conceito estava muito enraizado na maioria dos soldados, era acima de tudo um acto de cidadania.

SC






http://www.youtube.com/user/vozdibonaire com a devida vénia!

P 49 - A MÃE



http://www.youtube.com/user/Noguelo  Com a devida Vénia!



Imagens que tocam bem fundo !

Custou, mas podemos dizer ainda hoje, que fomos uma juventude generosa que não renegou o chamamento da Pátria. Só os pérfidos de ontem (hoje auto-cognominados de patriotas), o fizeram.
Mais que por qualquer consciência política a nortear os nossos comportamentos, preservámos a fidelidade a um dos primeiros deveres de cidadania : "A defesa da pátria é um dever indeclinável de todos os portugueses..."
Este belo tema do Conjunto Oliveira Muge, de Ovar, foi grande êxito à época.

Afonso Sousa

afonso.sousa@netvisao.pt










sábado, 23 de janeiro de 2010

P-48: Parabéns a você - O segredo do Sousa de Castro, um velhinho da Tabanca Grande (Luís Graça)

Um agradecimento muito especial não só ao editor do blogue: "Luís Graça & Camaradas da Guiné", mas também a todos aqueles que de algum modo quiseram partilhar comigo, com suas mensagens no dia do meu aniversário, o que me deixou muito sensibilizado.

Bem hajam

Sousa de Castro

Transcrição do blogue: http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/ com a devida vénia.


1. Minhoto, 59 anos, casado com a Maria Conceição Fernandes Dias, pai de três filhos (só a mais nova, de 24, é que ainda está em casa), residente em Vila Frio, Viana do Castelo, reformado, 47 anos de vida activa...

Começou aos 11 (onze!!!) , mal acabada a 4ª classe, a trabalhar como ajudante de marceneiro, fez a tropa, casou durante a tropa, foi 1º Cabo radiotelegrafista na CART 3494 BART 3873 (Guiné, Zona Leste, Sector L1 > Xime e Mansambo, 1972/74) , ingressou nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, e por lá ficou 33 anos... É Sagitário, bom rapaz, altruísta, amigo do seu amigo... Gosta de fazer amigos e está em força nas redes sociais...



É o Sousa de Castro, António Manuel Sousa de Castro, o nosso tertuliano nº 2 (julgo que exequo com o Humberto Reis)...Acabei de lhe telefonar (963 673 628), a dar-lhe os parabéns. Ainda não é SEXA mas anda a treinar...

Está de boa saúde e está a gozar a sua reforma. Disse-me que para o ano quer ir de novo ao nosso Encontro Anual. Transmiti-lhe os cumprimentos da malta toda do blogue. Ficou feliz pela surpresa... Ao fim destes anos todos, ainda tem dificuldade em tratar-me por tu... Lembrei-lhe que ele foi o causador deste macaréu todo, que se chama agora blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné...


2. Mas vejamos como se apresenta na blogosfera:

(i) Nasceu em Caminha em 15/12/1950;

(ii) Reside em Vila Fria, concelho de Viana do Castelo.

(iii) Participou na guerra colonial na Guiné, pertenceu à CART 3494 (Companhia de Artilharia) do BART 3873 (Batalhão de Artilharia)na zona leste, no Xime e Mansambo. Embarcou em 27/01/1972 nos TAM (transporte aéreo militar) com o posto de 1º. cabo radiotelegrafista, regressou por ter terminado a comissão de serviço em 03/04/1974 nos TAM.

(iv) Trabalhou nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, SA. onde exerceu funções de Técnico Fabril no sector das Docas.

E-mail: sousadecastro@gmail.com

Segue 11 blogues (incluindo o nosso, Luís Graça & Camaradas da Guiné) e mantém o seu próprio blogue: CART 3494 - Guiné


O último poste é de 5 de Dezembro de 2009 > P45 - Apresentação da 3ª edição do livro “A retirada de Guilege” do Coronel Coutinho e Lima ... Ficámos a saber que o Coutinho e Lima é natural de... Vila Fria, Viana do Castelo. (Ei-lo aqui, na foto à direita, com o Sousa de Castro)

(..) No dia 05/12/2009, na Junta de Freguesia de Vila Fria, concelho de Viana do Castelo, que patrocinou a apresentação da terceira edição do livro 'A Retirada de Guilege', do Coronel, Coutinho e Lima (...)



O presidente de Junta, para além de agradecer a presença de várias pessoas, enalteceu o facto, como sendo muito importante, de um Vilafriense ter escolhido a sua terra Natal para apresentação do seu livro. O Coronel começou por dissecar e explicar a razão (com o auxilio de mapas), que o levou a tomar a decisão estratégica de retirar de Guilege, foi ovacionado pelos presentes, tendo respondido a várias questões e dúvidas, levantadas por alguns assistentes.


Curiosamente estiveram alguns ex-combatentes que passaram por Guilege e Gadamael Porto, nomeadamente um homem que veio propositadamente de Lamego dar um abraço ao seu comandante e que afirmou que aquela (retirada) foi a melhor opção que podia ter tomado. Segundo ele, a situação na altura era insustentável. Se assim não fosse, poderiam perder-se muitas vidas humanas.

No final foi oferecido um verde de honra, aí vários ex-combatentes reviveram os tempos idos da Guiné. Sousa de Castro. (...)

4. O Sousa de Castro foi o primeiro a aparecer, por email, em 19 de Abril de 2005... Por mão dele vieram outros camaradas nomeadamente nortenhos...Como eu costumo lembrar, depois do Sousa de Castro, "vieram mais cinco"... O David Guimarães, o A. Marques Lopes, o Humberto Reis, etc. foram alguns dos primeiros, a seguir ao Sousa de Castro, a atabancar, no nosso blogue... Se a antiguidade fosse um posto, entre nós, eles os quatro já hoje seriam generais de muitas estrelas... São velhinhos, são senadopres da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia, como dizíamos na época).

Do Sousa de Castro recebi um primeiro mail, em 19d e Abril de 2005, que rezava assim [vd. poste de 20 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - V: Convívio de antigos camaradas de armas de Bambadinca (Luís Graça):

"Foi gratificante para mim encontrar algumas estórias sobre a guerra colonial, mais concretamente sobre a Guiné. Curiosamente eu também estive na Guiné em Jameiro de 1972 a Abril de 1974, no Xime [e depois em Mansambo]. O meu Batalhão estava em Bambadinca, BART 3873 (CCS), com a CART 3494 no Xime, a CART 3493 em Mansambo e a CART 3492 no Xitole.

"No meu tempo o Xime continuava muito complicado. Como descreve no seu blogue, nas estórias de um tuga [vd. 25 de Abril de 2004 > Guiné 69/71 - I: Excertos do diário de um tuga (Luís Graça)], continuamos com esta terra na cabeça, nunca mais nos sai e eu continuo buscando algo sobre aquele tempo passado relacionado com a guerra. Tenho reenviado a sua estória para colegas que estiveram na Guiné e é uma forma de dizermos que estamos vivos. Bem haja. Cumprimentos, Sousa de Castro".

Do nosso aniversariante, em jeito de homenagem, quero deixar aqui uma história, que seria também um segredo... se não tivesse sido já contada na I Série do Blogue [bd. poste de 22 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VI: Memórias do Xime, do Rio Geba e do Mato Cão (Luís Graça / Sousa de Castro ). Aproveito também lhe dizer que já arranjei um capelão para a nossa Tabanca Grande... De qualquer modo, obrigado pelos seus bons ofícios... António: E que tenhas um dia feliz junto da tua família e amigos! (LG).


(...) Memórias da Guiné. Xime (1972-1974), por Sousa de Castro


"Xime. CART 3494. 10 de Agosto de 1972.

"A companhia nesse dia recebeu instruções para fazer um patrulhamento através do rio Geba em lanchas e depois entrar no mato e seguir para Mato Cão. Tínhamos lembrado ao Major de Operações que a hora que ele, major, determinara para sair, não seria ideal, já que dentro de pouco tempo passaria o Macaréu(1).

"Mesmo assim ele entendeu que haveria tempo de sair antes de passar o Macaréu. Os pelotões envolvidos nesse patrulhamento não tiveram outra alternativa senão obedecer. Os soldados, pela experiência adquirida, sabiam que uma desgraça iria acontecer. Dá-se então aquilo que todos esperavam, e que não se podia evitar: são apanhados pelo Macaréu.

A embarcação virou e então cada qual tentou desenrascar-se como pôde do perigo de morrer afogado. Muitos não sabiam nadar. Depois com todo peso de armamento que transportavam, para além da farda que envergavam, viram-se e desejaram-se para se safarem, mas nem todos o conseguiram. Assim desapareceram três camaradas, Sol. Abraão Moreira Rosa da Póvoa de Varzim, casado, com uma filha, Sol. Manuel Salgado Antunes, solteiro da Freguesia de S. Silvestre - Coimbra e o Sol. José Maria da Silva e Sousa, solteiro de S. Tiago de Bougado - Santo Tirso.


De imediato procedeu-se a buscas no sentido de os encontrar, apareceu no dia seguinte só o corpo do malogrado José Maria da Silva e Sousa sendo os outros dois sido dados como desaparecidos. O féretro seguiu para Bambadinca onde foi sepultado. (Foto da sepultura ao lado)

"Normalmente a companhia fazia diariamente segurança à estrada que ligava o Xime a Bambadinca. Era necessário ir buscar o pelotão que fazia essa mesma segurança. Eu era radiotelegrafista, não podia sair do quartel, mas vendo o estado muito abatido devido ao cansaço em que os transmissões de infantaria se encontravam, peguei no transmissor AVP-1 e na G-3, ofereci-me como voluntário e fui juntamente com o pelotão buscar o pessoal que fazia a segurança à dita estrada.


"Era de noite, então dá-se aquilo que eu não previa. Uma vez no local para agrupar o pessoal que fazia segurança da estrada, vi-me envolvido numa situação para mim única. Começa um forte tiroteio. Supondo ter sentido algo a mexer, eu, ao saltar da viatura, sem querer fiz um disparo, com pessoal na linha da frente. Fiquei preocupadíssimo, poderia ter atingido algum camarada meu, o que não aconteceu felizmente.

"Ao vir para o quartel, antes de entrar, o Furriel Carda, que era de Ponte de Sor (era quem comandava o pelotão que foi buscar a segurança no qual eu estava integrado) mandou parar as viaturas e disse: 'Alguém que está na minha viatura disparou um tiro. Quero saber quem foi. Ninguém quer dizer? É fácil. Cheira-se a arma de cada um e descobre-se já'.

"Como havia um alferes periquito, e a maior parte da malta pensando ter sido ele quem deu o tiro, acharam por bem que o melhor seria esquecer e ir embora para o quartel. Será que esse alferes também fez algum disparo? Ainda hoje estou na dúvida.

"Domingo 27 de Setembro 1998. Sousa de Castro". (...)


Vd poste completo : Aqui

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

P47 - O AEROGRAMA (BATE-ESTRADAS)



AEROGRAMA
(NÓS CHAMAVA-MOS «BATE-ESTRADAS»)

Era edição exclusiva do “Movimento Nacional Feminino” sem custo para o utilizador. Era através do deste movimento que conseguíamos várias coisas, não só os aerogramas totalmente gratuitos, para escrevermos para nossas famílias, como também, livros, outros materiais e se a memória não me trai, também tabaco, bastava para o efeito enviar um aerograma solicitando o que pretendíamos. Tentavam sempre na medida do possível satisfazer todos os pedidos


Nota: - O Movimento Nacional Feminino (1961-1974) foi uma organização de suporte do Estado Novo criada por iniciativa de Cecília Supico Pinto e apoiada por António de Oliveira Salazar, voltada para a organização das mulheres em torno do apoio à Guerra Colonial, em particular quando o conflito em Angola, Moçambique e Guiné se intensificou.

Fonte: Wikipédia (A enciclopédia livre), com a devida vénia