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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

P336 - GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE, OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC NO ATAQUE A BUBA [12OUT1969] (AO TEMPO DA CCAÇ 2382 E DO PEL MORT 2138) Por: Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974)


Na sequência das minhas últimas narrativas, anexo mais um texto relacionado com as "minhas visitas a Buba", cruzando-o com o espólio do Arquivo Amílcar Cabral, particularmente a que se refere ao 2.º ataque, efectuado em 11 de Dezembro de 1969 - PARTE I.

Até breve.

Com um forte abraço de amizade.

Jorge Araújo.


OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC NO ATAQUE A BUBA [12OUT1969] … E OS OUTROS QUE SE SEGUIRAM

(AO TEMPO DA CCAÇ 2382 E DO PEL MORT 2138)

(Parte I)

1.   - INTRODUÇÃO

Nas últimas três narrativas estivemos focalizados na região de Buba, ao tempo da CCAÇ 2382 e Pel Mort 2138, com a primeira visita a acontecer por acaso, quando encontrámos uma foto de um «espaldão de morteiros 81» no Arquivo Amílcar Cabral, localizada na Casa Comum – Fundação Mário Soares, e que, após identificado o local, nos permitiu chegar ao episódio de um ataque a esse Aquartelamento ocorrido em 12 de Outubro de 1969, domingo. Desse ataque foi produzido um “Relatório do Ataque”, como procedimento habitual das NT, redigido pelo CMDT da CCAÇ 2382, ex-Cap Mil Carlos Nery Gomes de Araújo [vidé P333].

Por efeito da pesquisa com ela relacionada [foto], na qual se adicionou o contributo escrito sobredito, tivemos acesso, «do outro lado do combate», a um relatório, sem referência ao seu autor, elaborado a propósito “das operações militares na Frente Sul”, realizadas pelo PAIGC no último trimestre de 1969, onde se incluía a análise crítica a um primeiro ataque a Buba efectuado naquele dia 12 de Outubro, com se indica acima [http://hdl.handle.net/ 11002/fms_dc_40082 (2018-1-20).

Aí são apresentadas as principais razões para os fracassos contabilizados nessa acção [P334].

Finalmente, e para concluir a investigação sobre os Pelotões de Morteiros que passaram pelo Aquartelamento de Buba, foi elaborado um cronograma com essas Unidades, tendente a identificar os períodos das suas respectivas comissões, no quadro temporal iniciado em 1964 e até 1974 [P335].

Por todas estas razões, o presente trabalho procura dar sequência ao modo como os responsáveis do PAIGC (re) agiram aos fracassos anteriores e o que preconizaram fazer depois disso, e com que resultados.

2.   - OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC EM 12OUT1969…

  E OS SEGUINTES…

Recorda-se que este primeiro ataque só foi concretizado depois de um longo período de minucioso reconhecimento sobre as melhores condições geográficas para a actuação da artilharia com três posições de fogo distintas. Por outro lado, esse reconhecimento previa também identificar as melhores vias de acesso para a infantaria e locais para a sua disposição, uma vez que iriam estar no terreno um universo superior a três centenas de combatentes, comandados pelo capitão cubano Pedro Peralta e por Nino Vieira.

Entretanto, durante esse reconhecimento, um grupo de guerrilheiros foi descoberto pelas NT, no dia 7 de Outubro, quando o sentinela do Pel Mort 2138, colocado no posto de vigia junto à Pista de aviação, detectou um guerrilheiro nas imediações da Pista. No dia seguinte (dia 8), na continuação do reconhecimento supra, um grupo IN accionou uma mina A/P reforçada implantada pelas NT junto ao cruzamento das estradas de Nhala e Buba (in: História do Pel Mort 2138, p3, recorte abaixo).

Pelo acima exposto, confirma-se, então, o que é descrito no relatório da acção do PAIGC; “no cumprimento desta última missão de reconhecimento temos a lamentar a morte de um camarada e o ferimento de outros dois, entre os quais o camarada CAETANO SEMEDO, em consequência da detonação duma mina antipessoal” [P18244-LG].
Esta operação, que deveria ter início pelas 17 horas, só se iniciou meia hora mais tarde devido a atrasos na instalação dos canhões. O ataque iniciou-se com fogo dos canhões B-10, que falharam os alvos, tendo apenas dois obuses atingido o quartel. O inimigo [NT] respondeu com um nutrido fogo de morteiros [Pel Mort 2138], canhões [2.º Pelotão/BAC], metrelhadoras e armas ligeiras [CCAÇ 2382 + Pel Milícia]. Além disso, unidades inimigas [NT] de infantaria cruzaram o rio [de Buba], pondo sob a ameaça de liquidação do posto de observação, os canhões, em retirada, e os morteiros.
Citação: (1963-1973), "Irénio Nascimento Lopes; ensinando os combatentes do PAIGC a manobrar um canhão sem recuo [B-10] de origem soviética", [será que se trata do actual presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau - Manuel Irénio Nascimento Lopes “Manelito”?] CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/ fms_dc_43809 (2018-2-2). 

Nestas condições, abortou a acção da artilharia, que teve que se retirar, sempre debaixo do fogo das armas pesadas do inimigo [NT]. Como não actuou a artilharia, tampouco actuou a infantaria. Tivemos duas baixas na operação: dois feridos, um dos quais veio a falecer mais tarde. Além disso, temos a lamentar a morte de um camarada de infantaria, por acidente.
Infogravura adaptada do livro «Guerra Colonial», do Diário de Notícias, p. 295.
As setas a amarelo servem para referenciar a zona onde se iniciou o ataque.
Em função do desempenho das NT, que certamente teria provocado uma “louca correria” [digo eu] dos diferentes grupos em direcção a terrenos mais protegidos e estáveis, o que não é de estranhar neste contexto, não houve tempo para utilizar a totalidade do material de guerra transportado para o local do ataque e que, em princípio, seria todo para “queimar”. Assim sendo, e porque era mais cómodo e mais fácil correr sem pesos nas mãos ou noutros locais, grande parte desse material ficou no terreno, sendo recolhido no dia seguinte pelas NT. Disso dá-nos conta a “História do Pel Mort 2138, p.90”.
Como curiosidade, uma outra situação de captura de material ao PAIGC já se tinha verificado um ano antes, mais concretamente em 23 de Novembro de 1968, sábado, pelas
15h30, quando elementos da mesma Unidade - CCAÇ 2382/BCAÇ 2834 (1968/1969) -, que se encontravam perto do cruzamento de Buba, contactaram com uma coluna de reabastecimento IN, causando a estes baixas prováveis. Foram apreendidas 74 granadas RPG, 16 granadas de Morteiros 82, 3 minas anticarro, 11 minas antipessoais, 20 cunhetes 7,9 mm, muitos medicamentos e géneros enlatados [in; História da Unidade, da qual retirámos a citação que abaixo se reproduz].


Buba - material capturado ao PAIGC em 23NOV1968. Foto do camarada Francisco Gomes, 1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael (1968/1969), In: https://guine6869.wordpress.com/album/, Com a devida vénia.
Como consequência dos sucessivos fracassos observados nas suas acções contra o contingente sedeado em Buba [NT], foi aprovado pelos comandantes da Frente Sul [que desconhecemos] a realização de um segundo ataque a esse aquartelamento, com a inclusão de alterações estratégicas e de outros procedimentos operacionais.
Como elemento histórico, seguidamente daremos conta do seu conteúdo, dividido em pequenos fragmentos, ficando a sua conclusão para a Parte II, a publicar oportunamente.

3.   – O SEGUNDO ATAQUE A BUBA EM 10DEZ1969 QUE, DEVIDO A SUCESSIVAS FALHAS NA SUA ORGANIZAÇÃO, PASSOU PARA 11DEZ1969
Dado o fracasso da primeira operação contra Buba, tentada no dia 12 de Outubro [1969], foi decidido cumprir a missão de atacar Buba na fase final da campanha [último trimestre]. Para isso levámos a cabo novos reconhecimentos: novas vias de acesso para a infantaria e escolha de novo posto de observação.
As nossas forças deviam actuar no dia 10 de Dezembro [1969], quarta-feira, com os seguintes efectivos [indicam-se no quadro abaixo, como elemento de comparação logística, as quantidades utilizadas no 1.º ataque]:
Desenvolvimento da acção:
Deviam actuar primeiro as peças do GRAD, em seguida os morteiros 120 da mesma posição de fogo que as peças do GRAD e, por último, a infantaria devia assaltar o quartel.

Utilizávamos, pela primeira vez, os “rádios 104” para garantir a comunicação entre o posto de observação e a posição de fogo. Infelizmente, estes não funcionaram no momento em que se devia iniciar a operação, forçando-nos a adiá-la para o dia seguinte, com a substituição dos rádios por telefones.
Citação: (1963-1973), "Operador de rádio da guerrilha", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43758 (2018-2-2)
De novo tivemos de suspender a operação que devia ter lugar no dia 11 [Dez’69], devido a uma série de falhas nas instalações telefónicas e, mais tarde desistir da utilização da artilharia, dada a actuação independente da infantaria, com a qual, por falta de meios de comunicação, não foi possível combinar um outro plano em substituição do que estava previsto.
Final da Parte I.
Na Parte II deste tema, serão abordados os seguintes pontos:
1 – Conclusão do desenvolvimento da acção e respectivos resultados.
2 – Análise crítica sobre os aspectos que influenciaram a marcha das operações, como sejam: o reconhecimento dos quartéis; equipamento (fardamento); alimentação; comunicações e funcionamento do corpo de exército. 
Obrigado pela atenção.
Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.





quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

P335 - BUBA E OS SEUS PELOTÕES DE MORTEIROS 81 - UM ESPALDÃO COM HISTÓRIA -

  Mensagem de Jorge Alves Araújo, com data de: 05/02/2018

Caríssimo Camarada Sousa de Castro,

Os meus melhores cumprimentos.

O presente texto retoma o tema abordado nos últimos postes, desta vez para apresentar um cronograma dos pelotões de morteiros 81 que passaram pelo aquartelamento de Buba durante o período compreendido entre 1964 e 1974., e, quem sabe, descobrir a data/época da construção do «espaldão» que serviu de mote às narrativas anteriores.

Com um forte abraço de amizade.

Jorge Araújo. 



BUBA E OS SEUS PELOTÕES DE MORTEIROS 81

NO PERÍODO ENTRE 1964 E 1974

- UM ESPALDÃO COM HISTÓRIA -
Citação:
(1963-1973), "Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139 [2138], do exército português.", Casa Comum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms _dc_44169 (2017-1-20)
Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494

(Xime-Mansambo, 1972/1974)





Foto 2. LDG no rio Grande de Buba, com maré cheia (período 1968/71 – BCAÇ 2892). Foto do ex-alf. Joaquim Rodrigues, in: http://guine6871.blogspot.pt/ (com a devida vénia).
Será que a foto foi tirada do espaldão? E os bidões velhos da/na imagem, será que foram substituídos pelos do espaldão da “nossa” foto inicial?
Foto 3. Buba, Dezembro de 1968. Aprendendo a trabalhar com o morteiro 81 (elementos do Pel Mort 1242, 1967/69). Foto do camarada grã-tabanqueiro Francisco Gomes, 1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael (1968/69), com a devida vénia. In: http://inforgom.pt/guine6869/?p=400

Foto 4. Rio Grande de Buba (período 1968/71 – BCAÇ 2892). Foto do ex-alf. Joaquim Rodrigues, in: http://guine6871.blogspot.pt/ (com a devida vénia).
Será que o espaldão está situado na parte de trás da casa ao centro da imagem?
Foto 5. Espaldão de morteiro 81, junto ao arame farpado (o mesmo da foto 2), virado para o rio, ao tempo do Pel Mort 2138 (Buba, 1969/71). Foto de Fernando Oliveira [P18231-LG].

Quanto ao período em que ocorreu a construção do espaldão, consideramos apenas duas hipóteses:

- Ou foi construído durante a permanência do Pel Mort 1242 (1967/69) ou foi nos períodos anteriores ao tempo do Pel Mort 1086 (1966/67) ou do Pel Mort 979 (1964/66), dos quais nada sabemos.

Obrigado pela atenção.

Com forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.
5FEV2018.
Vd. último poste da série: 

- Carlos Menezes ex. combatente da CCAÇ 2616 BUBA 1969/71, deixou um comentário relativamente ao poste, no facebook com três fotos, que transcrevo com a devida vénia.
(...) Estive em Buba de Nov69 a Set71 na CCAÇ 2616 e possuo estas fotos. Creio que existiam dois morteiros 81, um junto ao rio e outro perto da pista de aviação.
 Carlos Menezes
 Buba
Buba


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

P334 - - "OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC" ATAQUE A BUBA EM 12 DE OUTUBRO DE 1969 (AO TEMPO DA CCAÇ 2382 E DO PEL MORT 2138)



MSG com data de, 30JAN2018 por: 


Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo, 1972/1974)

Caríssimo Camarada Sousa de Castro,

Os meus melhores cumprimentos.

Depois de ter encontrado resposta à dúvida suscitada por uma foto de um espaldão de morteiro 81 localizada no Arquivo Amílcar Cabral, a que chamámos «Espaldão com História», eis que, por via dessa investigação, foi possível elaborar mais esta narrativa tendo por fonte privilegiada um relatório elaborado pelos principais responsáveis pelo ataque do PAIGC a Buba, em 12 de Outubro de 1969.

Com um forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.


Citação: (1963-1973), "Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139, do exército português.", CasaComum.org, Disponível HTTP:http://casacomum.net/cc/visualizador?pasta=05360.000.325


GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE
ATAQUE A BUBA EM 12 DE OUTUBRO DE 1969
(AO TEMPO DA CCAÇ 2382 E DO PEL MORT 2138)
- OS FRACASSOS ASSUMIDOS PELO PAIGC -


1.   - INTRODUÇÃO
Como tive a oportunidade de referir na anterior narrativa sobre este tema, uma foto de um “espaldão de morteiro” localizada na Casa Comum - Fundação Mário Soares - na pasta: 05360.000.325, com o título/assunto: “Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2138, do exército português… estrutura militar portuguesa à beira de um rio [?]: ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2138”, deu lugar a uma nova investigação, tendo duas questões de partida: 1. - como chegou ela (foto do espaldão) às mãos da guerrilha e/ou aos arquivos de Amílcar Cabral (1924-1973); 2. - em que aquartelamento das NT teria ele sido construído?
Quanto à primeira questão, creio ser difícil, quase impossível, obter uma resposta fiável, a não ser que o seu autor tomasse a iniciativa de se identificar. Quanto à segunda, foram várias e imediatas as respostas, dando-nos conta tratar-se do «Espaldão do morteiro 81» colocado na embocadura do rio Grande de Buba, junto ao arame farpado do Aquartelamento de Buba.
Para além da preciosa ajuda dos nossos camaradas tertulianos que por lá passaram, destaco aqui o contributo do Fernando Oliveira (Brasinha) do Pel Mort 2138, que fez o favor de nos mandar algumas fotos desse local… com história, e que muito agradecemos. Para que conste, apresentaremos abaixo duas fotos desse espaldão, a primeira, talvez de 1973 ou princípios de 1974 [?] (a do arquivo de fotos de Amílcar Cabral), a segunda do tempo do Pel Mort 2138 (1969/1971), do baú de memórias do camarada “Brasinha”.  

Posição do espaldão do morteiro 81, na embocadura do rio Grande de Buba [P18231]






Efectivos:
Dispunhamos para a operação dos seguintes efectivos:
Artilharia
- 9 canhões sem recuo B-10, com 90 obuses;
- 9 morteiros 82, com 180 obuses;
- 2 peças GRAD, com 7 foguetes;
Infantaria
- 5 bi-grupos para o assalto ao quartel;
- 3 bi-grupos para isolar Buba dos visinhos;
- 1 bi-grupo para a segurança da artilharia;
Defesa anti-aérea
- 12 DCK

Desenvolvimento da acção:
A operação devia ter início no dia 12 de Outubro [1969] às 17 horas, mas devido a atrasos na instalação dos canhões, só foi possível iniciá-la às 17h30.
Os canhões efectuariam tiro directo a uma distância de 1.200 metros; os morteiros 82 e GRAD estavam em ligação telefónica com o posto de observação, situado a 800 metros do quartel. A posição dos morteiros estava a 2.200 metros e a das peças de GRAD a 3.950 metros do quartel.
Primeiro abriram fogo os canhões B-10, que falharam completamente, tendo apenas dois obuses atingido o quartel. O inimigo respondeu com um nutrido fogo de morteiros [Pel Mort 2138], canhões [2.º Pelotão/BAC], metrelhadoras e armas ligeiras [CCAÇ 2382 + Pel Milícia], concentrando sobre o posto de observação (possivelmente já descoberto por ele), sobre a posição do fogo dos canhões e sobre o itinerário percorrido pela linha telefónica; como resultado da explosão dos obuses o fio telefónico foi cortado em 7 [sete] lugares diferentes, ficando a ligação interrompida.   


Além disso, unidades inimigas de infantaria cruzaram o rio, pondo sob a ameaça de liquidação do posto de observação, os canhões, em retirada, e os morteiros.
Conclusão:
Nestas condições, abortou a acção da artilharia, que teve que se retirar, sempre debaixo do fogo das armas pesadas do inimigo.
Como não actuou a artilharia, tampouco actuou a infantaria.
Tivemos duas baixas na operação: dois feridos, um dos quais veio a falecer mais tarde. Além disso, temos a lamentar a morte de um camarada de infantaria, por acidente.


Fonte: Casa Comum – Fundação Mário Soares.
Pasta: 07073.128.011. Título: Relatório das operações militares na Frente Sul. Assunto: Relatório das operações militares do PAIGC contra Buba, Bedanda, Bolama, Cacine, Cabedu, Empada, Mato Farroba, Cufar. Utilização dos foguetes. Algumas impressões sobre a utilização da arma especial (GRAD) na Frente Sul durante os meses de Outubro e Novembro de 1969. Data: c. Novembro de 1969. Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Relatórios 1965-1969. [Guileje]. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Documentos.
Em jeito de conclusão, podemos dizer que os dois relatórios se complementam, pela adição dos detalhes particulares observados em cada um dos lados do combate.

Obrigado pela atenção.
Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
22JAN2018.