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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

P421 - BOAS FESTAS Ainda em tempo de pandemia “COVID-19” Prevemos realizar o 35º encontro/convívio no dia 11/06/2022 na CARAPINHEIRA - Montemor-o-Velho

 MSG com data de 21/12/2021 de Jorge Araújo

Caríssimo Camarada Sousa de Castro,

 Os meus melhores cumprimentos.

 Mantendo a tradição de anos anteriores, anexo a minha mensagem de BOAS FESTAS ao colectivo da nossa Companhia, e a todos aqueles que visitam o nosso Blogue.

 Para todos um Santo Natal e um Melhor ano de 2022.

 Com um forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.

Nota do editor:

Bom Natal para todos antigos combatentes da guerra o Ultramar, em especial para o BART3873 composto pelas: CCS - Bambadinca, CART 3492 - XITOLE, CART 3493 - MANSAMBO E COBUMBA e CART 3494 - XIME, ENXALÉ e MANSAMBO - 22 Dezembro 1971/03 Abril 1974. Não esquecendo o Pelotão de morteiros 4575 e pessoal dos Obuses.

Sousa de Castro

GUINÉ

Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494

(Xime-Mansambo, 1972/1974)

BOAS FESTAS

Ainda em tempo de pandemia “COVID-19”

 

Recordando a data da partida para o CTIG, em 22dez1971

- uma efeméride com 50 anos (1971/2021) -

Foto 1 > Cais da Rocha > Lisboa > 22 de Dezembro de 1971, 4.ª feira > N/M «NIASSA» zarpando rumo ao cais do Pidjiguiti (Bissau; Guiné) com mais um contingente de cerca de mil e quinhentos jovens milicianos entre os quais os do contingente da CART 3494 do BART 3873. [foto do álbum do António Bonito, fur mil da CART 3494], com a devida vénia.

► CAMARADAS,

Nesta Quadra Natalícia de 2021, que pelo segundo ano consecutivo continua a ser vivida num contexto atípico devido à pandemia «Covid-19», agora sob o efeito da variante «ómicron», recupero uma outra, que na fita do tempo atingiu meio século, como foi a consoada de 1971, a primeira do contingente da Companhia de Artilharia 3494 [CART 3494], comemorada em Alto Mar, ao terceiro dia de uma viagem de seis, a bordo do N/M «NIASSA», rumo ao Cais do Pidjiguiti, em Bissau.

Com efeito, para recordar essa efeméride com cinquenta anos (1971-2021), recorri a uma imagem que, entre muitas outras já aqui publicadas, acabou por mudar o rumo das nossas vivas, no caso dos milicianos da geração de “50” (1950) que, maioritariamente no ano de 1971, ingressaram nas Forças Armadas do País, ramo Exército, para cumprirem o serviço militar, em defesa da Pátria e do seu Império Colonial, o qual incluia, então, o conceito de “Missão Ultramarina”, a decorrer num tempo mínimo de vinte e quatro meses.

> A MOBILIZAÇÃO PARA O CTIGUINÉ EM 1971


Mobilizada pelo Regimento de Artilharia Pesada [RAP 2], da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, a Companhia de Artilharia 3494 [CART 3494], a terceira Unidade de Quadrícula do Batalhão de Artilharia 3873 [BART 3873], do Ten.Cor. António Tiago Martins [1919-1992], embarcou em Lisboa, no Cais da Rocha, a 22 de Dezembro de 1971, 4.ª feira, a bordo do N/M «NIASSA», rumo ao TO do Comando Territorial Independente da Guiné [CTIG], numa altura em que o conflito armado contabilizava já nove anos.

A sua chegada ao Cais do Pidjiguiti, em Bissau, ocorreu a 29 de Dezembro de 1971.

Foto 2 > Cais do Pidjiguiti > Bissau > 29 de Dezembro de 1971, 4.ª feira > N/M «NIASSA». Desembarque do contingente metropolitano da foto 1. [foto do álbum do António Bonito, fur mil da CART 3494], com a devida vénia.

► Termino esta pequena evocação histórica natalícia, datada de há cinquenta anos, enviando a todos os camaradas tertulianos da nossa Companhia e seus familiares, e aos leitores assíduos do nosso blogue, os meus votos de BOAS FESTAS, ainda que o cenário de
pandemia provocada pelo «coronavírus» continue a suscitar muitas preocupações - individuais e colectivas - e daí impor algumas restrições, em particular muita segurança e bom senso… em nome da VIDA.

► Desde os Emirados Árabes Unidos, país onde actualmente resido, e que, por coincidência, comemorou também, este mês, uma efeméride com 50 anos (1971-2021), esta respeitante à aprovação da constituição da União dos Sete Emirados [EAU], escrita em 2 de Dezembro de 1971 pelos mandantes de Abu Dhabi e Dubai que, naquela ocasião, eram Emirados independentes, desejo um    

BOM NATAL E UM MELHOR 2022

Muitas Felicidades e muita saúde.

Foto 3 > Abu Dhabi > Dezembro de 2021 > Interior do Centro Comercial “Galleria Mall” com ornamentações de Natal (com a devida vénia).

Foto 4 > Abu Dhabi > Dezembro de 2021 > Uma das entradas do Centro Comercial “Galleria Mall” com ornamentações de Natal (com a devida vénia).

 

Com um forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.

20DEZ2021.





sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

P420 - MEMÓRIAS CRUZADAS - PARTE V: ENFERMEIROS NAS “MATAS” DA GUINÉ (1963-1974) EM CAMPANHA DOS VINTE E QUATRO CONDECORADOS DO EXÉRCITO COM “CRUZ DE GUERRA”, DA ESPECIALIDADE “ENFERMAGEM

 Mensagem com data de 17/11/221.

Continuamos a recuperar algumas das "memórias cruzadas nas matas da Guiné", estas relativas ao universo dos camaradas da "Saúde Militar" do Exército que foram condecorados com a medalha de «Cruz de Guerra» por actos em combate, num total de 24 casos, durante as suas comissões de serviço no CTIG (1963-1974).

Para esse efeito anexo a PARTE V.

Com um abraço de amizade,

Jorge Araújo.

GUINÉ

Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494

(Xime-Mansambo, 1972/1974)

MEMÓRIAS CRUZADAS

NAS “MATAS” DA GUINÉ (1963-1974):

RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL: «OS ENFERMEIROS»



OS CONTEXTOS DOS “FACTOS E FEITOS” EM CAMPANHA DOS VINTE E QUATRO CONDECORADOS DO EXÉRCITO COM “CRUZ DE GUERRA”, DA ESPECIALIDADE “ENFERMAGEM”

PARTE V

Foto 1 – Assistência a feridos na sequência da deflagração de uma mina A/C, durante a «Operação Mabecos Bravios», realizada em 06 de fevereiro de 1969, a propósito da retirada de Madina do Boé. Foto do álbum do Cor Inf Hélio Esteves Felgas (1920-2008), Cmdt da Operação – P15719-LG e In: Camões - Revista de Letras e Culturas Lusófonas, n.º 5, abril-junho 1969, p 12, com a devida vénia.

Foto 2 – Região de Cacheu > Ingoré > CCAÇ 2381 (1968/70) > Antotinha > Recordando os tempos de enfermagem na tabanca em construção de Antotinha. Foto do álbum de José Teixeira – P11881-LG, com a devida vénia.

Foto 3 – Região de Boé > 12 de Setembro de 1969 > Evacuação de feridos provocados pelo rebentamento de uma mina anticarro ocorrida entre Canjadude e Nova Lamego. Foto do álbum de José Corceiro, 1.º Cabo Trms, CCAÇ 5, Canjadude (1969/71) – P6117-LG, com a devida vénia.

► Continuação do P419 (IV) (29.10.21)

1.   - INTRODUÇÃO

Visando contribuir para a reconstrução do puzzle da memória colectiva da «Guerra Colonial» ou «Guerra do Ultramar», em particular a do TO da Guiné, continuamos a partilhar no blogue os resultados obtidos na investigação acima titulada. Procura-se valorizar também, através deste estudo, o importante papel desempenhado pelos nossos camaradas da “saúde militar” (e igualmente no apoio a civis e população local) – médicos e enfermeiros/as – na nobre missão de socorrer todos os que deles necessitassem, quer em situação de combate, quer noutras ocasiões de menor risco de vida, mas sempre a merecerem atenção e cuidados especiais.

Considerando a dimensão global da presente investigação, esta teve de ser dividida em fragmentos, onde procuramos descrever cada um dos contextos da “missão”, analisando “factos e feitos” (os encontrados na literatura) dos seus actores directos “especialistas de enfermagem”, que viram ser-lhes atribuída uma condecoração com «Cruz de Guerra», maioritariamente de 3.ª e 4.ª Classe. Para esse efeito, a principal fonte de informação e consulta utilizada foi a documentação oficial do Estado-Maior do Exército, elaborada pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974).

2.   - OS “CASOS” DO ESTUDO

De acordo com a coleta de dados da pesquisa, os “casos do estudo” totalizaram vinte e quatro militares condecorados, no CTIG (1963/1974), com a «Cruz de Guerra» pertencentes aos «Serviços de Saúde Militar», três dos quais a «Título Póstumo», distinção justificada por “actos em combate”, conforme consta no quadro nominal elaborado por ordem cronológica e divulgado no primeiro fragmento – P415.

No gráfico abaixo, já publicado anteriormente, está representada a população do estudo agrupada pela variável “posto” (n-24).

Gráfico 1 – Representação gráfica da população do estudo agrupada na variável “posto”.

Neste quinto fragmento analisaremos mais dois “casos”, o segundo e terceiro de 1966, onde se recuperam mais algumas memórias, sempre dramáticas quando estamos perante situações irreversíveis, como é a da morte.

3.   - OS CONTEXTOS DOS “FEITOS” EM CAMPANHA DOS MILITARES DO EXÉRCITO CONDECORADOS COM “CRUZ DE GUERRA”, NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE “ENFERMAGEM” - (n=24)

 

3.9     - AMADEU IVO DA SILVA CORREIA, 1.º CABO AUXILIAR DE ENFERMEIRO, DA CCAÇ 798, CONDECORADO COM A CRUZ DE GUERRA DE 4.ª CLASSE 

A nona ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército, esta com medalha de «Cruz de Guerra» de 4.ª Classe - a segunda das distinções contabilizadas durante o ano de 1966 - teve origem no desempenho tido pelo militar em título, durante a «Operação Rebenta», realizada em 12 de Maio de 1966, 5.ª feira, ao socorrer, debaixo de fogo IN, vários feridos de outras unidades que haviam participado no ataque à base de Cambeque/Cabonepo, situada na região de Quitafine (infografia abaixo).

► Histórico


 
◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração

▬ O.S. n.º 02, de 12 Janeiro de 1967, do QG/CTIG:

“Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, de 28 de Março de 1967: O 1.º Cabo auxiliar de enfermeiro, n.º 4139364, Amadeu Ivo da Silva Correia, da Companhia de Caçadores 798 [CCAÇ 798] – Batalhão de Caçadores 1861, Regimento de Infantaria 1.”

● Transcrição do louvor que originou a condecoração:

“Por seu despacho de 09Jan67, considerou como sendo dado por si, o louvor constante do
n.º 2 da alínea B) do artigo 2.º da OS n.º 300, de 26Dez66, do BCAÇ 1861, conferido ao 1.º Cabo auxiliar de enfermeiro, n.º 4139364, Amadeu Ivo da Silva Correia, da CCAÇ 798, porque fazendo parte dum grupo de combate em operações, ter sempre demonstrado ser cumpridor e muito esforçado no desempenho das suas funções, em especial na «Operação Rebenta», onde revelou sangue-frio e arrojo, ao ter ido buscar debaixo de fogo IN, vários feridos, dando um belo exemplo de dedicação e coragem, o que muito me apraz distinguir, como exemplo a seguir.” (CECA; 5.º Vol.; p. 270).

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA

Para contextualização da ocorrência que esteve na base da condecoração do 1.º Cabo enfermeiro, Amadeu Ivo da Silva Correia, socorremo-nos das informações publicadas no P9047-LG – “Memórias da CCAÇ 798: uma perspectiva a partir de Gadamael Porto; Parte II; Actividade militar” – da autoria de Manuel Vaz (ex-Alf Mil da mesma unidade, Gadamael Porto, 1965/67), referindo que «Operação Rebenta» a concretizar na região de Quitafine, teve lugar em 12 de Maio de 1966, 5.ª feira. Para além da CCAÇ 798, mobilizou outras forças, cuja missão visava o ataque às povoações de Cambeque e Cabonepo. O objectivo particular da CCAÇ 798 era proteger a rectaguarda das restantes forças em acção. Entretanto, por engano, a FAP fez quatro mortos e uma dezena de feridos das NT. A CCAÇ 798 teve de socorrer e evacuar os feridos para uma zona de segurança, tendo-se distinguido o 1.º Cabo Amadeu Ivo da Silva Correia e o Soldado Agonia [Carlos Gomes Caieiro, CECA, 5.º Vol; Tomo IV; p 272], que foram agraciados com a Cruz de Guerra.

3.9.1   - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE CAÇADORES 798

= GANTURÉ - GADAMAEL - MEJO

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 1 [RI 1], da Amadora, para cumprir a sua missão ultramarina no CTIG, a Companhia de Caçadores 798 [CCAÇ 798], embarcou em Lisboa em 23 de Abril de 1965, 6.ª feira, a bordo do N/M «UÍGE», sob o comando do Capitão de Infantaria Rui Artur Vieira dos Santos, tendo desembarcado em Bissau em 28 do mesmo mês.

3.9.2   - SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CCAÇ 798

Após a sua chegada, a CCAÇ 798 ficou colocada em Bissau na dependência do BCAÇ 600 [18Out63-20Ago65; do TCor Inf Manuel Maria Castel Branco Vieira], rendendo a CCAÇ 526 [08Mai63-29Abr65; do Cap Inf Hélder José François Sarmento], onde efectuou uma instrução de adaptação operacional e colaborou na realização de patrulhamentos e na segurança das instalações e das populações até 25Mai65. Após um Gr Comb ter seguido em 08Mai65 para o destacamento de Ganturé, assumiu em 28Mai65, por troca com a CART 494 [22Jul63-24Ago65; do Cap Art Alexandre da Costa Coutinho e Lima], a responsabilidade do subsector de Gadamael, mantendo um Gr Comb destacado desde 11Mai65 e integrando-se no dispositivo e manobra do BCAÇ 600 e depois do BCAÇ 1861 [23Ago65-17Abr67; do TCor Alfredo Henriques Baeta (1917-2011)]. Destacou ainda um Gr Comb para Mejo, de 03Ago66 a 24Out66 em reforço da guarnição local, tendo tomado parte em operações realizadas na região de Salancaur, onde obteve excelentes resultados. Em 19Jan67, foi rendida no subsector de Gadamael pela CART 1659 [17Jan67-30Out68; do Cap Mil Art Manuel Francisco Fernandes de Mansilha], recolhendo a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso à metrópole, o qual ocorreu em 08 de Fevereiro de 1967, a bordo do N/M «VERA CRUZ». (CECA; 7.º Vol.; p. 340).

 

3.10    - ALBERTO DO ROSÁRIO PEREIRA, FURRIEL MILICIANO DO SERVIÇO DE SAÚDE, DA CCAÇ 1487, CONDECORADO COM A CRUZ DE GUERRA DE 4.ª CLASSE 

A décima ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército, esta com medalha de «Cruz de Guerra» de 4.ª Classe - a terceira das distinções contabilizadas durante o ano de 1966 - teve origem no desempenho tido pelo militar em título ao longo da sua comissão, com particular relevância para a «Operação Naja», em 18 de Junho de 1966 (sábado) e «Operação Nortada I», em 06 de Dezembro de 1966, 3.ª feira, ambas na zona de Jufá, situada na região de Quinara (infografia abaixo).

► Histórico


 
◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração

▬ O.S. n.º 15, de 30 de Maio de 1967, do QG/CTIG:

“Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, de 07 de Julho de 1967: O Furriel Miliciano, Alberto do Rosário Pereira, da Companhia de Caçadores 1487 [CCAÇ 1487] – Batalhão de Artilharia 1904, Regimento de Infantaria 15.”

● Transcrição do louvor que originou a condecoração:

“Louvo o Furriel Miliciano enfermeiro, Alberto do Rosário Pereira, da CCAÇ 1487, pela


maneira abnegada, eficiente e profundamente dedicada como sempre tem desempenhado as suas funções, não só no que respeita a tratamento de pessoal militar, como também no que se refere à população civil.

Muito correcto, sempre pronto a atender quem dele necessita, revelou perfeita compreensão dos seus deveres, quaisquer que fossem as circunstâncias em que os seus serviços se tornassem necessários, designadamente debaixo de fogo em que por diversas vezes se expôs, completamente indiferente ao risco que corria, para prestar socorros a feridos em combate.

Ferido ele próprio, gravemente, em 18Jun66, durante a «Operação Naja», na região de Jufá, dirigiu o tratamento de outros feridos enquanto não foi evacuado e, em 06Dez66, durante a «Operação Nortada I», no decorrer de um violento contacto com o IN na mesma região e muito próximo do local onde havia sido ferido anteriormente, não hesitou em se dirigir para junto de pessoal atingido e, debaixo de fogo, lhe prestar a assistência necessária.

Em todas as situações, demonstrou o Furriel enfermeiro Rosário Pereira, abnegação, eficiência, dedicação, coragem, sangue-frio e total desprezo pelo perigo, quando se tornou necessário enfrentá-lo para cumprimento da sua missão.” (CECA, 5.º Vol.; p. 387).

CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRIMEIRA OCORRÊNCIA – «OPERAÇÃO NAJA»

Referente à contextualização da primeira ocorrência, que suporta a fundamentação da condecoração do Furriel enfermeiro Alberto do Rosário Pereira, da CCAÇ 1487, socorremo-nos das fontes oficiais indicadas no ponto 1, citando: “Em 18Jun66 – «Operação Naja» – Consistiu numa batida na península de Jabadá, com acções sobre os acampamentos de Jufá, S. José, Bissilão, Flaque Cibe e Gã Pedro. Foi executada por forças da CCAÇ 1487, CCAÇ 1549, CCAÇ 1566, PMort 1039, GCmds "Os Vampiros" e 1 GC do Destacamento de Jabadá. Destruídos os acampamentos de Jufá e S. José, causados ao lN 10 mortos, todos fardados, e capturado material diverso, munições, 4 espingardas e 1 pistola. Posteriormente, na reacção das NT a uma emboscada lN, causaram-lhe 2 mortos e outras baixas prováveis e obrigaram-no a debandar. Capturaram, além de material diverso, 1 pistola-metralhadora e destruíram um acampamento em Bissilão e outro em Flaque Cibe. As NT montaram uma emboscada, onde foi morto 1 elemento lN portador de 1 lança-granadas foguete, que foi capturado. Foi ainda destruído um acampamento em Gã Pedro.” (CECA; 6.º Vol.; pp 402/403).

3.10.1 - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE CAÇADORES 1487

          = BISSAU - FULACUNDA - NHACRA - SAFIM - PONTE DE ENSALMÁ - JOÃO LANDIM E DUGAL

Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 15 [RI 15], de Tomar, para cumprir a sua missão ultramarina no CTIG, a Companhia de Caçadores 1487 [CCAÇ 1487], embarcou em Lisboa em 20 de Outubro de 1965, 4.ª feira, a bordo do N/M «NIASSA», sob o comando do Capitão de Infantaria Alberto Fernão de Magalhães Osório, tendo desembarcado em Bissau em 26 do mesmo mês.

3.10.2 - SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CCAÇ 1487

Inicialmente, a CCAÇ 1487 ficou instalada em Bissau, na dependência do BCAÇ 1857 [06Ago55-03Mai67; do TCor Inf José Manuel Ferreira de Lemos], tendo substituído a CCAÇ 557 [03Dez63-29Out65; do Cap Inf João Luís da Costa Martins Ares] no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área. De 10 a 18Nov65, efectuou instrução de adaptação operacional na região de Mansoa, sob orientação do BART 645 [10Mar64-09Fev66; do TCor Art António Braamcamp Sobral], tendo tomado parte numa operação realizada na zona de Sabá.

Em 08Jan66, rendendo a CCAÇ 1420 [06Ago65-03Mai67; do Cap Inf Manuel dos Santos


Caria], assumiu a responsabilidade do subsector de Fulacunda, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1860 [23Ago65-15Abr67; TCor Inf Francisco Manuel da Costa Almeida] e efectuando várias operações nas regiões de Naja (Braia), Jufá e Gã Formoso, entre outras, de que se destaca, pelos resultados obtidos, a «Operação Negaça», em 18Mai66.

Em 15Jan67, foi substituída pela CCAÇ 1624 [18Nov66-18Ago68; do Cap Mil Art Fernando Augusto dos Santos Pereira] e foi colocada no subsector de Nhacra, com destacamentos em Safim, Ponte de Ensalmá, João Landim e Dugal, a fim de render a CCAÇ 797 [28Abr65-19Jan67; Cap Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião (1930-2006)], ficando integrada no dispositivo e manobra do BART 1904 [18Jan67-31Out68; do TCor Art Fernando da Silva Branco], com vista à segurança e protecção das instalações e das populações. Em 31Jul67, foi rendida no subsector de Nhacra pela CART 1646 [18Jan67-31Out68; do Cap Mil Art Manuel José Meirinhos], a fim de efectuar o embarque de regresso, o qual ocorreu em 01 de Agosto de 1967. (CECA; 7.º Vol; p. 351).

Continua…

► Fontes consultadas:

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 5.º Volume; Condecorações Militares Atribuídas; Tomo II; Cruz de Guerra, 1962-1965; Lisboa (1991).

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª Edição; Lisboa (2014)

Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição; Lisboa (2002).

Ø Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

17NOV2021