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terça-feira, 15 de junho de 2010

P-69 EX-COMBATENTES. REFORMAS

Para vossa apreciação. Crónica enviada para os jornais e portais aqui de Toronto.
Com um abração
 Bambadinca
Carlos Morgadinho

CADA DIA QUE PASSA….
Por Carlos Morgadinho

Cada dia que passa mais desiludido fico com as atitudes dos nossos governantes com respeito aos ex-combatentes da guerra colonial, a um ponto tal que chega a ser um sentimento de frustração. Nos meus contactos com ex-camaradas de infortúnio, de guerra, obviamente, na sua maioria não recebem sequer UM MÍSERO EURO de pensão embora muitos deles já tenham ultrapassado a casa dos 60 anos de idade. São quase todos imigrantes tanto aqui, no Canadá, como nos EUA, e porque não descontaram para a segurança social antes de serem chamados a prestar serviços militar obrigatório que na sua maioria eram jornaleiros ou pequenos agricultores, viram-se “descriminados” por não serem compensados monetariamente quando atingiram a idade da reforma. Todos aqueles anos de sublime sacrifício e dor enquanto ao serviço da Pátria Bem Amada que agora, na velhice, quando mais necessitavam de ajuda, essa Pátria vira-lhes as costas com desdém, tal e qual como se de autênticos leprosos se tratassem.
É triste esta situação e isso a mim me toca profundamente também pois sou um desses muitos “descriminados”. Todos os Primeiros-Ministros mantêm-se na inércia perante este grave problema e de promessa após promessa nada têm feito para que o problema seja resolvido duma maneira satisfatória. Não há muitos anos atrás, submeti, ao abrigo duma Lei promulgada, um requerimento solicitando que me fosse dada pensão pelos anos de serviço como militar e ex-combatente e cuja contagem oficial de tempo somava mais de sete anos, no Consulado de Portugal em Toronto, que foi enviado, por estes mesmos serviços directamente para o Ministério que olhava por este pelouro dos ex-combatentes e, com surpresa, até aos dias de hoje, nunca recebi sequer resposta à mesma. APENAS FUI IGNORADO!
Já falei e escrevi, várias vezes, sobre a situação dos ex-combatentes e da maneira como os sucessivos Governos da nação Lusa nos vêm tratando, que é a palavra mais apropriada para o caso. O certo é que ninguém, seja ele deputado ou Ministro, ou até o supremo chefe da Nação, o Presidente da República, moveu, até ao presente, uma “palha” para acabar com esta aberração, no essencial da palavra. Em maré de completo desespero, deixo aqui o meu apelo para o nosso Presidente que tem o poder, e a obrigação também, de por um fim a esta situação caricata. É que ele, sua Excelência, o Presidente da República Portuguesa, o Senhor Professor Doutor Cavaco Silva, não pode olvidar, e muito menos ignorar, que todos nós somos cidadãos ou filhos de Portugal e não enteados e muito menos bastardos. Nós, imigrantes e ex-combatentes, não somos mais nem menos do que todos os outros cidadãos que vivem e trabalham, ou trabalharam, no solo Pátrio. Temos o pleno direito de receber a pensão de ex-combatente. É que todos estes nossos governantes do após 25 de Abril de 1974 nunca fizeram nada e parecem desconhecer, aparentemente, de que um dia o governo de Salazar nos OBRIGOU a pegar em armas, não para “defender” a Pátria em perigo mas sim para quebrar a vontade de outros povos que queriam ser também livres.
Aqui, pois deixo esta minha mensagem de revolta e frustração que penso que fará eco em dezenas de milhares de cidadãos, ex-combatentes, que vivem e labutam na vasta diáspora lusa.

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