Caríssimo
Camarada Sousa de Castro
Os
meus melhores cumprimentos.
A
poucos dias da realização de nova operação ao baú das memórias ultramarinas,
tendo por contexto o XXXI Encontro Nacional – Almoço Convívio da nossa CART
3494, aqui tens mais uma narrativa para mais tarde recordar. Ela
surge na sequência do meu último escrito, tendo por tema a actividade do PAIGC
em Canquelifá [JAN1974] e o envolvimento dos cubanos na sua planificação.
Trata-se da 1.ª parte de um total de oito fragmentos.
Até
lá… com um forte abraço de amizade.
Jorge
Araújo.
JUN’2016.
- – INTRODUÇÃO
Trago
hoje ao colectivo dos Fantasmas do Xime
e aos anónimos que nos visitam regularmente o tema que ficara em aberto na
sequência da minha última narrativa relacionada com as actividades do PAIGC, em
janeiro de 1974, na região de Canquelifá [P264], de que resultou a morte do
meu/nosso camarada Ranger Pinto Soares, e onde é referida a presença de cubanos
no apoio à guerrilha. Esse
apoio, que no início era secreto, deixou de o ser com o decorrer do tempo,
porque, como diz o ditado popular: «mais cedo ou mais tarde tudo se sabe».
Influenciado
pelos comentários produzidos pelos camaradas Luís Graça, António Rodrigues,
António Duarte e Luís Lomba, que agradeço, procurei encontrar outros relatos
que pudessem acrescentar algo mais ao que já se disse/escreveu a esse respeito,
nomeadamente com recurso ao publicado neste espaço colectivo. Foi a partir dos
postes: 950; 951 e 956 [BTG] que, seguindo em frente, encontrei um livro
escrito pelo jornalista cubano Hedelberto López Blanch com o título «Historias
Secretas de Médicos Cubanos», que achei interessante partilhar convosco, ainda
que saiba que na fita do tempo estas memórias estejam a uma distância de meio
século.
Porque
está escrito em castelhano (espanhol) tomei a iniciativa de o traduzir como
meio de facilitar a sua compreensão, quer daqueles a quem o contexto diz muito,
como de quem se vier a interessar pelo seu aprofundamento. A sua tradução
procurou ser o mais fiel possível das ideias expressas pelos diferentes
protagonistas, que ficou mais facilitada pela nossa condição de ex-combatente.
No
caso da Guiné (Bissau) são três os entrevistados: o médico-cirurgião Domingo
Diaz Delgado, o médico de clínica-geral, com experiência em cirurgia, Amado
Alfonso Delgado e o médico militar, especialista em cirurgia geral, Virgílio
Camacho Duverger, os quais relatam algumas das suas muitas memórias
[experiências], vividas na primeira pessoa, e das motivações que os levaram a
optar por um dos lados do combate.
Pela
dimensão do conteúdo narrado no livro [pp 112-164], a metodologia utilizada
teve que ser a da divisão por partes, sendo esta, justamente, a primeira delas.
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