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MEMORIAL AOS COMBATENTES NA GUERRA DO ULTRAMAR
[1961-1974] DE PORTIMÃO
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De
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Para
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Sousa de Castro
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Enviado
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sexta-feira, 9 de
Maio de 2014 12:23
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Caríssimo Camarada Sousa de
Castro
Os meus melhores cumprimentos.
De acordo com os objectivos
expressos na sua introdução, anexo, para os devidos efeitos, mais uma
narrativa, esta relacionada com a construção do Memorial aos Combatentes na
Guerra do Ultramar no Município de Portimão, inaugurado no passado dia 9 de
Abril de 2014.
A sua publicação está,
naturalmente, sujeita à melhor oportunidade que entenderes por bem, uma vez que
se aproxima a realização do nosso XXIX Encontro Nacional a realizar em S. Pedro
de Moel, e que tem prioridade.
Até lá.
Um forte
abraço.
Jorge
Araújo.
9Mai2014.
GUINÉ
Jorge
Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo,
1972/1974)
MEMORIAL
AOS COMBATENTES NA GUERRA DO ULTRAMAR [1961-1974] NO MUNICÍPIO DE PORTIMÃO
INAUGURADO EM 9 DE
ABRIL DE 2014
I – INTRODUÇÃO
No passado dia 9 de Abril, quarta-feira, quando me
preparava para abandonar Portimão rumo a Lisboa, depois de aí ter concluído a
minha actividade académica semanal, reparei que algumas artérias do meu
itinerário pedestre haviam sido cortadas ao trânsito por elementos da PSP, e
que o número de pessoas na rua indiciava estar a acontecer algo de importante.
Percorridas algumas dezenas de metros, cheguei à
Praça 1.º de Maio, onde está situado o edifício principal da Câmara Municipal
de Portimão [foto 1] e, do meu lado esquerdo, uma pequena multidão circunvolvia
a Rotunda do Sapal [foto 3], tendo no centro um Monumento, sendo possível
destacar a presença de uma força militar devidamente organizada, fanfarra dos bombeiros
equipados a rigor e muitos civis de diferentes idades – entre jovens e menos
jovens.
Perguntei a um agente da autoridade o que se estava
a passar, e a resposta surgiu de imediato: “estão a inaugurar o Memorial aos
Combatentes na Guerra do Ultramar, naturais de Portimão, que tombaram nos três
T.O.”.
Edifício da Câmara Municipal de Portimão. À esquerda da imagem está situada a Rotunda do Sapal, local onde foi colocado o Memorial aos Combatentes na Guerra do Ultramar [1961-1974] |
Porque fiquei muito sensibilizado com o ambiente
humano que estava a sentir e porque dispunha ainda de quinze minutos, em
relação ao horário do Expresso, aproveitei para fazer umas fotos com o TM.
Considerando que decorreu já um mês, e nenhum
camarada local ousou dar conta deste evento de grande significado regional e
nacional, tomei a iniciativa de o divulgar através deste nosso espaço de
partilha. Esta narrativa é, com efeito, produto de uma pequena investigação
histórica para enquadrar algumas imagens.
II – A
IDEIA
A ideia de homenagear os militares do Município de
Portimão caídos em combate na Guerra do Ultramar [1961-1974] teve a sua génese
na Direcção do Núcleo de Lagoa/Portimão da Liga dos Combatentes, presidida à
data por Jaime Marreiros. Este apresentou a ideia/proposta em ofício remetido
ao então Presidente da Câmara Municipal, Manuel da Luz [edil no mandato
autárquico anterior], tendo a mesma merecido a sua superior aprovação.
A resposta definitiva surgiu na sequência da
reunião da Autarquia, realizada em 25Jul2012, onde o seu executivo “inscreveu
a nossa cidade na lista de inúmeras localidades que não esquecem os seus filhos
mortos, perpetuando as suas memórias na pedra. A maneira e atenção que prestou
ao nosso pedido e a rapidez e proficuidade como o resolveu, mereceu o nosso
profundo agradecimento” (Jaime Marreiros).
III – A
PRIMEIRA PEDRA
Em conformidade com as etapas que um processo deste
tipo comporta, o Núcleo de Lagoa/Portimão da Liga dos Combatentes, após ver
aprovado o seu projecto, agendou para o dia 21Out2012, domingo, a realização da
cerimónia do lançamento da primeira pedra do monumento a erigir em Portimão, em
homenagem aos que morreram na Guerra. Esse acto, então realizado na data
prevista, contou com a presença de individualidades civis e militares.
A construção do monumento tinha sido decidida fazê-la,
inicialmente, na Alameda da Praça da República, local onde foi colocada a
lápide correspondente à primeira pedra, conforme imagem.
Lápide divulgando o local do lançamento da 1.ª pedra do Memorial aos Combatentes na Guerra do Ultramar, a construir na Alameda da Praça da República, colocada, em cerimónia pública, em 21Out2012. |
IV – INAUGURAÇÃO
DO MEMORIAL AOS COMBATENTES
A inauguração do Memorial aos Combatentes na Guerra
do Ultramar, realizada em 9Abr2014, pelas 15:00 horas, coincidiu com o início
das Comemorações do 40.º Aniversário do 25 de Abril, na Cidade de Portimão.
“A escultura hoje inaugurada representa uma
homenagem aos militares portimonenses que tombaram nos cenários de guerra da
Guiné, Angola e Moçambique, tendo resultado das contribuições de sócios e
simpatizantes do Núcleo Lagoa/Portimão da Liga dos Combatentes, que contou com
o apoio logístico da Câmara Municipal de Portimão para a concretização deste projecto.
...”.
a) – A cerimónia e as principais
presenças
A cerimónia de inauguração do monumento, em
Portimão, aos Combatentes no Ultramar, concretizando “um velho sonho
perseguido por muitos ex-combatentes”, foi presidida pela actual Presidente
da Câmara Municipal, Isilda Maria Prazeres Varges Gomes. Nela participaram,
também, o Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues, o
Presidente Honorário e o actual Presidente da Direcção do Núcleo Lagoa/Portimão
da referida Liga, respectivamente Paulo Neto e Jaime Marreiros, Presidente da
Comissão de Honra da construção do monumento, Coronel Jaime Marques, Vereadores
e outros Autarcas, bem como de muitos ex-combatentes nos três cenários de
guerra, muitos deles de boina e crachá. Ao acto juntou-se, ainda, o antigo
Capelão Nacional das Forças Armadas, Coronel Monsenhor Joaquim Cupertino, que
benzeu o Memorial.
As honras militares estiveram a cargo de um Grupo
de Combate de Tropas Comandos e os toques de ordem foram desempenhados por uma
equipa da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Portimão.
Todos os oradores na cerimónia, nomeadamente Paulo
Neto, Jaime Marreiros, Jaime Marques, Chito Rodrigues e Isilda Maria Gomes,
foram unânimes ao referir que a inauguração desta obra evocativa é a
manifestação do respeito devido a todos os ex-militares e combatentes no
Ultramar que cumpriram o seu dever na defesa dos interesses da Pátria.
Entretanto,
o General Chito Rodrigues recordou que a prestação dos milhares de militares nas três
frentes - "o seu esforço, dedicação e sofrimento" - contribuíram
para que ao fim de catorze anos fosse possível a ocorrência do 25 de Abril.
Por
outro lado, a Presidente do Município, Isilda Maria Gomes, lembrou que "antes do
25 de Abril não havia hipótese de dizer não" e os jovens de então
"iam para a guerra no cumprimento de um dever, obrigação de que se
saíram muito bem", adiantando, neste contexto, "que um dia a
história da Guerra do Ultramar terá de ser reescrita".
De referir, a terminar, que este Memorial, um dos
trezentos e sete existentes no país, foi construído com o apoio logístico da Câmara
Municipal e com dádivas de ex-combatentes. Foi concebido e projectado por Mário
Cruz, também ex-combatente e incluiu um memorial com o nome dos dezanove portimonenses
mortos em combate [nove em Angola, seis na Guiné e quatro em Moçambique].
b) – Os camaradas que tombaram na Guiné
naturais de Portimão
Quadro com informações complementares.
a) – FOTOGALERIA
www.barlavento.pt – 28.09.2012
www.planetalgarve.com – 09.04.2014
Com um forte abraço,
Jorge Araújo
09Mai2014
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