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MSG de: António Eduardo Jerónimo Ferreira, ex. 1º cabo
condutor auto da CART 3493 do BART 3873, Mansambo, Fámandinga, Cobumba e Bissau,
1972/74, com data de 03 de Fevereiro de 2017 publicada no Blogue "molianos" do
qual é editor.
A minha ida ao Xime, em 1972
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Estava a minha companhia há pouco tempo em Mansambo, a Cart
3493, quando foi chamada a participar numa operação que teve lugar na zona do
Xime, creio que com dois grupos de combate, calhou-me a mim ser um dos
condutores que conduziu uma das viaturas que transportou o pessoal. Nesse dia,
era já tarde quando lá chegamos, ficamos junto às instalações do Xime o
regresso foi ao fim da tarde dia seguinte, durante a noite eu dormi ”no hotel
estrela” junto a um pavilhão.
Xime, 1972, vemos a entrada principal do Quartel |
No outro dia, enquanto os meus camaradas andaram no mato
aproveitei o tempo para conhecer um pouco da tabanca, encontrei lá um camarada
que tinha conhecido na Figueira da Foz que era quase meu vizinho mas que antes
eu não conhecia, era apontador de obus 10,5, fui com ele, estávamos a ver um
local junto a umas bananeiras onde funcionava a escola segundo ele me disse,
mas aí a visita foi interrompida, ouviram-se rebentamentos na zona onde estava
a decorrer a operação e o Nogueira desatou em grande correria para junto do
obus.
Durante algum tempo enquanto decorria a operação a área foi
sobrevoada por uma DO, como as coisas mudaram, ainda não se ouvia falar nos
Strela. Também tive oportunidade de ver os fiat bombardear relativamente perto
da estrada Xime - Bambadinca, aí as coisas também mudaram muito, nesse dia”
picaram” quase até chegar à copa das árvores, mais tarde já em Cobumba vi-os
bombardear mas a uma altura que nada tinha a ver com o que o que aconteceu no
Xime.
Tive também oportunidade de ir até à Ponta Coli onde estava pessoal a
fazer segurança, depois aproveitei a boleia e fui com três camaradas do Xime
até ao cais onde pude ver o movimento que ali havia e também um enorme buraco
que tinha sido feito pelo rebentamento de um foguetão, arma de que eu ainda não
tinha ouvido falar, mas aí as coisas complicaram-se a viatura que nos tinha
levado enquanto nós estávamos a olhar o rio Geba, abalou e deixou-nos lá, alguns dos
que tinham ido comigo não gostamos de lá ter ficado mas fazia parte do grupo um
colega sempre bem disposto, sempre a rir, vendo que alguns ficamos algo
perturbados e continuando a rir disse, não há problema se for preciso até se
mija-se na cama e diz-se à mulher que estamos a transpirar. Disseram-me depois
que ele era sempre assim, bem disposto, até lhe chamavam o cavalo que ri.
Chegada a Mansambo da 1ª CCAÇ/BCAÇ4616 no dia 11FEV1974 a qual rendeu a CART 3494 por ter terminado comissão de serviço |
Em Mansambo viajamos muito, mas tal não significa que
corrêssemos mais riscos, durante treze meses apenas uma das nossas viaturas
acionou uma mina, em Cobumba tínhamos cerca de um quilómetro para percorrer
levamos quatro viaturas acionaram uma cada…
Quando éramos periquitos gostava-mos de saber mais, ver o que
até há pouco tempo era para a maioria de nós desconhecido mesmo tendo ouvido
falar daquelas paragens a camaradas que antes por lá tinham passado. Talvez por
isso tenha ficado gravado na nossa memória que mesmo a esta distância no tempo
continua a estar bem presente.
António E J Ferreira
2 comentários:
Caro Eduardo, recordo-me vagamente dessa operação conjunta em que a v/CART 3493 participou, recordo-me que o V/Operador de TRMS não trazia a arma (G3) achava que não era necessário mas alertado pelos nossos TRMS lá me prontifiquem a emprestar a minha, só depois de terem saído é que me apercebi do risco que acabara de correr.
Não aconteceu nada de mal.
SdC
Relato formar o Puzzle da História, que ainda é um verdadeiro quebra cabeças.
Abraço
Santos Oliveira
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