MSG com data de, 17FEV2017 partilhada comigo no FACEBOOK, após alguma conversa achei interessante dar a conhecer neste espaço, como foi o início da vida militar deste nosso camarada, com a devida autorização do autor.
Devo referir que este nosso camarada é um dos fundadores e administrador do blogue: BART 2857 - GUINÉ 1968/70 constituído pelas CCS/Piche, CART 2438/Bajocunda, CART 2439/Canquelifá e CART 2440/Piche.
Fui Furriel Miliciano. Soube antecipadamente a minha
especialidade e não entreguei as habilitações, embora pressionado pelo Tenente
comandante da minha Companhia de Instrução, amigo da família, que pretendia que
fosse para Mafra para a especialidade. Claro seria atirador. Mas a vida tem
subtilezas que não dominamos. Irás no final do texto compreender.
Em Outubro de 1967, fui incorporado no serviço militar, na
recruta nas Caldas da Rainha, porque me cortaram o «regime de espera» pois
frequentava a faculdade e pretendia terminar o curso. Nessa altura ouve uma
visita do Américo Tomás à Universidade de Coimbra. O pessoal comportou-se mal
e, daí, todos tiveram a minha sorte.
Estive de Janeiro a Março de 1968 em Tavira, na
especialidade de Operações e Informações, integrada no Pelotão de
Reconhecimento e Informação.
Daqui passei por Penafiel, Abril de 1968, onde tomei
conhecimento que estava mobilizado. Poucos dias passados deram-nos ordem para
apresentar em Lamego, nas Operações Especiais, a mim e a mais dois quadros, do
Pel Rec.Info. que tinham estado comigo em Tavira. Igualmente foi o futuro
alferes que viria a comandar o Pel. Rec. Info. Bart 2857.
Em Junho de 1968 terminado o curso fomos os 4 colocados no
Porto no RI6, para dar aos recrutas a especialidade de Reconhecimento e
Informação.
Fur. Milº Girão e Fur. Milº Pereira da Costa (Piche) |
O tempo foi passando e continuávamos no Porto. Entretanto
caíu da cadeira o doutor Salazar e os quartéis entraram de prevenção.
Chamados ao comandante perguntamos que tipo de armamento
daríamos aos recrutas e sem ou com munições. Estes ficaram com Mausers, julgo
descarregadas e todos os quadros do RI6 com armas pesadas.
O Batalhão já tinha ido para Viana do Castelo para o IPO. O
embarque estava previsto para 10 de Novembro de 1968.
O tempo a aproximar-se e nós no Porto. Fomos ao comandante e
lá nos deixou partirmos para Viana do Castelo. Aqui estivemos nem uma semana.
No dia 9 de Novembro embarcamos para Lisboa de comboio. Esperava-nos o UIGE
para dia 10 partirmos para a Guiné. Desembarcamos e ficamos em BRÁ. Uma bela
noite entramos numa LDG e partimos para BAMBAMDINCA donde de imediato em coluna
partimos para Piche. Fizemos a viajem directa.
Enquanto estive em Piche, fui integrado no Gabinete de
Operações e Informações, chefiado por um capitão. Planeávamos as operações e do
estudo das informações. Todas as semanas eram enviados plásticos com o desenho
das Operações. Como a guerra piorava o gabinete foi completado por outro
Capitão que só tratava das Informações e da reorganização dos aldeamentos,
tanto de Piche como de outros destacamentos.
Fui várias vezes a Bissau `2.ª Repartição, sala onde estava
a guerra toda com os mapas na parede. Uma das vezes fomos fazer queixa do 2.º
Comandante, então o Comandante do Batalhão, que metia o bedelho e não percebendo
nada de artilharia um dia planificou os alvos em cima das nossas tropas. Claro
que tivemos que corrigir.
Estava proibido de sair do quartel nem me integrar em
colunas porque tinham medo que fosse apanhado pelos turras e os segredos
estavam na minha cabeça. Mas ainda saí a um destacamento verificar do andamento
das obras e da Mesquita.
A partir daqui entramos no comentário que publiquei.
Um abraço e bom trabalho.
Sempre ao dispor para informações.
Pereira da Costa
Um abraço
Último poste do autor: http://cart3494guine.blogspot.pt/2017/02/p301-historias-que-memoria-nao-esquece.html
1 comentário:
Caro amigo radiante e muito satisfeito pela deferência em fazer parte de dois post no nosso Blog.
Obrigado.
Um grande abraço para todos os camaradas dessa companhia.
A guerra nem sempre teve dias maus, Uns assim a assim e outros que não vale a pena recordar a não ser os amigos que perdemos.
Felicidade para o blog
Pereira da Costa
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