1. Msg de Jorge Araújo, ex. Fur. Milº Op. Esp. Ranger, da CART 3494, com data de 14OUT2013 apresentando um tema deveras interessante, que é o desporto nos intervalos da guerra de guerrilha, sendo o futebol o de maior destaque, aquele que em qualquer companhia se disputava, defrontando por várias vezes equipas locais africanas, para além de outras modalidades, nomeadamente o voleibol. Como diz o Jorge Araújo, cito;[tema pouco abordado neste contexto], que tem passado um pouco ao lado, quer neste como em outros blogues referentes à guerra do Ultramar.
Reconheço nas fotos apresentadas, pelo menos três camaradas que já não se encontram entre nós, o Sousa Pinto (Furriel), faleceu em 01ABR2012, Rogério Tavares da Silva (soldado TRMS), faleceu em 16JUN2002 e o Manuel da Cruz Ramos (1º cabo apontador morteiro 81mm), faleceu em 22NOV2012, sem esquecer (para além dos que foram vítimas da guerra) todos os outros, que deixaram de pertencer ao mundo dos vivos, por acidentes de viação, doença prolongada e outras causas.
Os seus nomes:
Joaquim de Jesus Fernandes (fal. P/acidente 29AGO1992)
Manuel Pais Moreira (Fal. 1996)
Silvino Vaz da Rosa e Silva (faleceu 09MAR2002)
Adão Manuel Gomes da Silva (Fal. OUT. 2009
Ilídio Ferreira Amaral (Fal. 17ABR2009
Joaquim Torres Trindade (data desconhecida)
Laurentino Bandeira dos Santos (data desconhecida)
António da Costa (data desconhecida)
Victor Manuel Ponte da Silva Marques (data desconhecida)
Por outro lado apelo aos camaradas que nos lêem para que me façam chegar as suas ESTÓRIAS acompanhadas de fotos, para que todos nós revivamos os momentos que de alguma forma fazem parte da nossa vida.
Reconheço nas fotos apresentadas, pelo menos três camaradas que já não se encontram entre nós, o Sousa Pinto (Furriel), faleceu em 01ABR2012, Rogério Tavares da Silva (soldado TRMS), faleceu em 16JUN2002 e o Manuel da Cruz Ramos (1º cabo apontador morteiro 81mm), faleceu em 22NOV2012, sem esquecer (para além dos que foram vítimas da guerra) todos os outros, que deixaram de pertencer ao mundo dos vivos, por acidentes de viação, doença prolongada e outras causas.
Os seus nomes:
Joaquim de Jesus Fernandes (fal. P/acidente 29AGO1992)
Manuel Pais Moreira (Fal. 1996)
Silvino Vaz da Rosa e Silva (faleceu 09MAR2002)
Adão Manuel Gomes da Silva (Fal. OUT. 2009
Ilídio Ferreira Amaral (Fal. 17ABR2009
Joaquim Torres Trindade (data desconhecida)
Laurentino Bandeira dos Santos (data desconhecida)
António da Costa (data desconhecida)
Victor Manuel Ponte da Silva Marques (data desconhecida)
Por outro lado apelo aos camaradas que nos lêem para que me façam chegar as suas ESTÓRIAS acompanhadas de fotos, para que todos nós revivamos os momentos que de alguma forma fazem parte da nossa vida.
SC
2. Caríssimo Camarada Sousa de Castro.
Os meus melhores
cumprimentos.
Para o baú de memórias da
CART 3494, de que o nosso blogue é o fiel depositário, anexo mais um
apontamento histórico sobre algumas das experiências colectivas vividas no
cenário militar do Comando Territorial Independente da Guiné (CTIG), nos anos
de 1972 a 1974.
Trata-se de um tema pouco
abordado neste contexto, mas que merece, tal como os outros, um espaço de
debate e de contraditório.
Espero merecer a V.
concordância.
Obrigado pela atenção.
Um forte abraço para todos
os FANTASMAS DO XIME.
Jorge Araújo,
Outubro/2013
O “JOGO DA BOLA” NOS
INTERVALOS
DA GUERRA DE
GUERRILHA
- Memórias de há 40
anos do Xime-Bambadinca-Mansambo (1972-74)
Revisitando o baú de memórias
relacionadas com as vivências e experiências que fazem parte do nosso currículo
militar construído no CTIGuiné, entre 1972 e 1974, organizadas por contexto e
estruturadas segundo uma classificação que varia entre factos bons e menos bons
(ou maus!), eis que, pelo presente, vos quero dar conta de uma prática lúdica
que, tradicionalmente, ocorria a meio da tarde, depois de cumpridas as
principais tarefas impostas pelo sistema.
Era, então, o tempo da prática a que
chamo do «jogo da bola», vulgo futebol, e que despertava sempre grande
entusiasmo no seio da nossa companhia (provavelmente de todas as unidades, das
menos às mais numerosas), estando sempre garantida forte adesão, quer fosse na
qualidade de agentes activos (os jogadores), quer se tratasse de agentes
passivos (os assistentes), fenómeno que continua a ser recorrente nos dias de
hoje.
Contudo, era necessário a existência do
objecto que dá sentido ao jogo – a bola – suscitando, a partir de então,
um desejo crescente de a pontapear, constituindo-se, por essa via, como um
poderoso meio de socialização. Esta bola mágica, como lhe chamam muitos
estudiosos do fenómeno, porque tem a propriedade de entrar em movimento em
função das suas diferentes dimensões: direcção, colocação, velocidade, rotação
ou trajectória, faz depender o seu resultado da acção exógena que sobre ela é
exercida. Deste modo, esta bola (todas as bolas!) tem, assim, um movimento
variável e aleatório, por via de seguir um itinerário dependente do modo como é
impelida, batida ou arremessada. Daí se considerar que a bola continua a ser um
brinquedo que exerce sobre o homem, jovem ou adulto, uma atracção que se renova
permanentemente.
Praticada nos intervalos da guerra de
guerrilha, esta que por definição emerge da táctica que utiliza (ataques
rápidos seguidos de fuga; confronto indirecto; emboscadas; ataques surpresa,
por via da grande mobilidade dos seus intervenientes), o «jogo da bola»
contribuiu, de facto, para o desenvolvimento de competências relacionadas com factores
tácticos, técnicos, psicológicos e físicos, quando analisado numa perspectiva
endógena de superação ou transcendência de que cada jogo está impregnado, e que
ajudou a lidar melhor com o “jogo do gato e do rato”, fintando o melhor
possível as dificuldades/adversidades colocados pelo IN.
Quando surgia a dita «bola mágica», logo
nascia a vontade de a fazer rolar, organizando-se grupos informais, ainda que
alguns dos seus intervenientes se encontrassem na fase de aprendizagem,
garantindo, a maioria das vezes, sucessivas desforras ou “tira teimas” logo que
possível, em função dos resultados, mas que acabariam por se revelarem de
importantes no reforço da coesão de todo o colectivo da CART 3494.
Concluído cada «jogo da bola», o
processo de socialização mudava de terreno de prática, sendo transferido para o
bar, onde os golos tinham outro sabor, e as conservas e outros alimentos eram
digeridos, igualmente, com grande prazer e satisfação. Aqui a vitória estava
sempre garantida.
Pelo exposto, os testemunhos
fotográficos que seguidamente apresentamos por ordem cronológica, reportam a
momentos onde a câmara esteve presente. A qualidade de cada uma não é a melhor,
mas não nos podemos esquecer que todas elas têm mais de quarenta “chuvas”, de
vida. É obra!
Espero que gostem de recordar os vários
locais referidos: Xime-Bambadinca-Mansambo, em particular aqueles que nelas
estão incluídos, pois foi esse o principal objectivo que me moveu ao escrever
mais esta retrospectiva histórica.
FOTOGALERIA:
Foto n.º 1 – Xime (Abril/1972) – Eu com uma postura à imagem e semelhança do saudoso José Maria Pedroto (1928-1985), nascido na Freguesia de Almacave, Município de Lamego, cidade incluída no meu itinerário militar, por aí ter concluído a especialidade de “Operações Especiais”, no complexo de Penude.
Foto n.º 2 – Xime (Abril/1972) – uma equipa do 4.º GComb, o grupo que sofreu duas emboscadas na Ponta Coli – a 1.ª em 22.Abr.1972; a 2.ª em 01.Dez.1972 (Vd. Postes: 148 e 152).
Na 1.ª linha, da esquerda para a direita, estão o Teixeira (soldado), o Bento (furriel), o Araújo (furriel), o Sousa Pinto (furriel) e o Monteiro (1.º cabo).
Esta imagem foi obtida três semanas antes da 1.ª emboscada, onde viria a falecer o camarada Furriel Manuel Bento, natural da Ponte de Sor, e que seria a única baixa em combate registada pelo contingente metropolitano da CART 3494.
Foto n.º 3 – Xime (Abril/1972) – uma equipa mista da CART 3494. Imagem obtida quinze dias antes da 1.ª emboscada na Ponta Coli, com destaque, na 1.ª fila, para o furriel Manuel Bento (o 1.º da direita) e o furriel Sousa Pinto (o 2.º da esquerda), falecido em 01.Abr.2012
Foto n.º 4 – Xime (Abril/1972) – fase muito animada de um «jogo da bola» no centro da parada do aquartelamento.
Foto n.º 5 – Bafatá (28.Jan.1973) – Equipa da CART 3494 que se deslocou a Bafatá para realizar um jogo com um misto de militares aquartelados naquela região.
Foto n.º 6 – Bafatá (28.Jan.1973) – imagem referente aos preparativos de regresso ao Xime, após a conclusão do jogo.
Foto n.º 7 – Bafatá (28.Jan.1973) – imagem referente à fase que antecedeu o início do jogo.
3 comentários:
Jorge Um grade abraço extensivo á cart 3494.
Obrigado
António Bonito
Ricardo Teixeira
Um grande abraço para vós e para todos aqueles que nos acompanharão nos bons ,e menos bons momentos no Xime em Mansamba.E ainda na ponte cole(se era assim que se chamava)
É sempre bom recordar e reviver os acontecimentos passados, na nossa GUINÉ.
Sentimo-nos unidos e por isso mais Felizes.
Um grande abraço do Jales Moreira.
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