Caríssimo Camarada Sousa de Castro
Os meus melhores cumprimentos.
Porque fiquei muito sensibilizado com o que li acerca dos “meninos do Xime do tempo da CART 3494” [P167], publicado em 03 de Janeiro do
ano passado, no qual se relatam alguns aspectos da história de vida do nosso
amigo José Carlos Mussá Biai, que era ainda criança no período em que estivemos
no Xime, tomei a iniciativa de acrescentar algo mais ao já conhecido e/ou
divulgado anteriormente.
Nesse sentido, e na procura de o ajudar na
reconstituição/reconstrução das suas memórias de infância vividas connosco na
sua terra natal – o Xime –, local onde permanecemos mais de um ano e em que,
com toda a certeza, nos cruzamos muitas vezes, ora nos espaços da Escola, do
Aquartelamento e da sua Tabanca, eis o meu pequeno contributo para esse efeito.
Nesta oportunidade, julgo ser também importante relevar o valor
positivo das influências exercidas pelo nosso camarada Carvalhido da Ponte que,
para além de tratar [bem] das nossas enxaquecas… e outras maleitas, contribuiu,
ainda, para a formação global das crianças do Xime.
Obrigado!
Um abraço,
Jorge Araújo.
23.Jan/2014.
GUINÉ
Jorge
Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo,
1972/1974)
OS MENINOS DO XIME DO
TEMPO DA CART 3494
- O caso de José
Carlos Mussá Biai -
1. INTRODUÇÃO
Muito provavelmente o nome de José
Carlos Mussá Biai é já familiar a um grupo significativo de camaradas grã-tabanqueiros,
em particular aqueles que mais se interessam por acompanhar de perto a publicação
de textos e imagens [postes] referentes a factos e missões que marcaram aqueles
dois anos das nossas vidas no CTIGuiné. Por outro lado, estes contributos
individuais que vão chegando ao blogue constituem uma forma original da
cultura, pois permitem continuar o aprofundamento do universo fenomenológico
dos vários contextos e da sua historiografia.
Porque não me é possível fazer parte desse
grupo mais assíduo, naturalmente por outros afazeres sociais e compromissos
profissionais, penitencio-me por só agora ter tido conhecimento da existência
do cidadão e amigo José Carlos Mussá Biai, bem como de parte do seu processo/projecto
de vida que me sensibilizou, sentimento corroborado por outros tertulianos,
exemplos: P10907 e P10919, do blogue «Luís Graça & Camaradas da Guiné», pelo
que tomei a iniciativa de escrever estas singelas linhas a seu respeito… e,
igualmente, a ele dirigidas.
E o modo como chegámos à sua pessoa é
simples de relatar.
Neste blogue, espaço de partilha dos
camaradas da CART 3494, ao longo da coluna da direita, por ordem
alfabética, encontramos indicadas todas as etiquetas referentes aos diversos
temas e/ou os nomes dos seus autores. Tentando localizar a minha na letra “J”
[Jorge Araújo], eis que os meus olhos se fixaram, duas linhas abaixo, no nome
de José Carlos Mussá Biai, por ter sido a primeira vez que o líamos.
Cliquei no seu nome por curiosidade e
logo o título «No Xime também havia crianças felizes» suscitou a
minha melhor atenção. Em primeiro lugar, o Xime, por ter sido o primeiro
destino do contingente metropolitano da CART 3494, e onde durante treze
meses [1972/73] vivi/vivemos situações dramáticas e experiências únicas nos sítios
conhecidos por “Ponta Varela”, “Poindon”, e “Ponta Coli” ou, ainda no “Rio Geba“,
tendo o Macaréu como a sua maior armadilha. Em segundo, porque foi no
Xime que reforcei a consciência de que o «EU» só é importante se lhe
adicionarmos o «OUTRO». Em terceiro, a que criança ou crianças se estavam a
referir no texto?
Essa primeira referência - [P167, de 03Jan2013]- remetia-nos para outras inseridas no blogue Luís Graça & Camaradas da
Guiné. Então saltitei entre ambos no sentido de ficar actualizado quanto aos
conteúdos narrados, com o início a verificar-se há oito anos, mais
concretamente em 9 Maio de 2005 [P5591-LG].
Assim, o José Carlos Biai, ainda criança
no tempo da minha/nossa presença na terra que o viu nascer – o XIME – tinha,
então, nove e eu vinte e um anos.
De tudo o que li retive as cinco ideias
abaixo:
1.
– As companhias que marcaram a sua infância
foram a CART 2715 e a CART 3494.
2.
– Uma pessoa ficou na sua memória para sempre
por ter sido o seu professor na única escola que lá havia: a PEM (Posto Escolar
Militar) n.º 8, por o [os] ter ajudado a serem crianças felizes. Essa pessoa
chama-se José Luís Carvalhido da Ponte [ex-Furriel Enfermeiro, da CART 3494],
natural de Viana do Castelo.
3.
– Por ter ficado emocionado com as primeiras
fotos que viu da sua terra e das suas gentes. Os locais onde brincou e onde deu
alguns mergulhos. As pessoas que o viram nascer, que cuidaram de si e com quem
partilhou refeições, angústias e alegrias, em particular os seus irmãos mais
velhos.
4.
– Depois de um percurso académico na
Guiné-Bissau, primeiro como aluno e depois como docente em Bissau, rumou a
Lisboa, onde concluiu a sua formação superior em Engenharia Florestal.
5. - Vive
e trabalha em Portugal.
Em função destes cinco pontos
principais, e porque certamente não existem muitos testemunhos fotográficos
dessa época, uma forma de satisfazer o desejo de quem fez parte, também, do meu/nosso
quotidiano, foi possível recuperar alguns registos do meu arquivo de memórias
do Xime, gravadas há mais de quarenta anos, e fazer uma viagem de retorno às
origens, nomeadamente à sua escola primária, a adultos e a crianças do seu tempo,
na expectativa de poder identificar algum parente, e quem sabe, se o próprio
José Carlos.
2. POSTO
ESCOLAR MILITAR N.º 8 - XIME
As fotos que seguidamente se apresentam
dizem respeito a uma cerimónia oficial levada a cabo pelo PEM n.º 8, sob a supervisão
do camarada Carvalhido da Ponte, e onde também participámos. Não estando certo
do motivo da sua realização, creio tratar-se da Sessão Solene Comemorativa do
10 de Junho de 1972.
2 – Escola Primária do Xime - 1972 – Alunos do PEM. |
Foto 3 – Escola Primária do Xime - 1972 – Alunos do PEM. |
Foto 4 – Escola Primária do Xime - 1972 – Alunos do PEM |
Entretanto, nesta oportunidade, penso
ser justo homenagear o camarada Carvalhido da Ponte, enviando-lhe os meus
Parabéns pelo seu trabalho bem-sucedido na difícil tarefa [arte] pedagógica, fazendo-os
acompanhar com a publicação de mais uma foto que ele não conhece.
|
Igualmente, o nosso amigo José Carlos Mussá
Biai merece os meus aplausos pelos diversos sucessos contabilizados ao longo da
sua vida, lutando, resistindo e superando-se permanentemente, sinal de que a
semente era boa e, daí, ter dado muitos e bons frutos. Para
ele vão mais duas imagens do Xime com leituras opostas.
Foto 13 – Xime Dez/1972 – Foto da principal entrada na Tabanca, fronteira com o aquartelamento, a escassos cinquenta metros da Escola. |
Termino, fazendo votos para que tenham
gostado de ver mais algumas imagens históricas do Xime, particularmente o nosso
amigo José Carlos Mussá Biai.
Pelo exposto, creio que estamos em óptimas
condições para voltarmos a conviver mais de perto. Uma possibilidade será através
da participação no Encontro/Convívio anual da CART 3494, este ano em XXIX
edição, o qual está já agendado para o próximo dia 07 de Junho, no Hotel Mar e
Sol, sito em São Pedro de Moel.
Seria, para nós, um momento de grande
emoção.
Outra possibilidade mais pessoal, pois
estou disponível para o efeito, seria através de um eventual encontro entre
nós, Basta acertar a data e o local.
Um abraço,
Jorge Araújo.
23.Jan/2014.
VD. Posts.: No Xime também havia crianças felizes (José Carlos Mussá Biai)
- Recordar é trazer de novo ao coração (Carvalhido da Ponte)
VD. Posts.: No Xime também havia crianças felizes (José Carlos Mussá Biai)
- Recordar é trazer de novo ao coração (Carvalhido da Ponte)
1 comentário:
Caros Camaradas,
Por lapso, a legenda da foto 8 está incompleta.
Do lado direito da imagem, sentado no chão, está o camarada Maurício Viegas, ao tempo, Alferes Mil. CMDT do Pelotão de Artilharia n.º 20.
As minhas desculpas.
Um abraço... e até à próxima história.
Jorge Araújo.
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