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terça-feira, 7 de setembro de 2021

P418 - MEMÓRIAS CRUZADAS NAS “MATAS” DA GUINÉ (1963-1974): RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL: «OS ENFERMEIROS» PARTE III

MSG com data de: 25JUL2021 

Caríssimo camarada Sousa de Castro

 Os meus melhores cumprimentos.

 Com esta PARTE III, continuamos a recuperar algumas das "memórias cruzadas nas matas da Guiné", estas relativas ao universo dos camaradas da "Saúde Militar" do Exército que, durante as suas comissões de serviço no CTIG (1963-1974), foram condecorados com a medalha de «Cruz de Guerra» por actos em combate, num total de 24 casos.

 Até breve.

Com um abraço de amizade.

Jorge Araújo.

GUINÉ

Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494

(Xime-Mansambo, 1972/1974)

MEMÓRIAS CRUZADAS

NAS “MATAS” DA GUINÉ (1963-1974):

Foto 1 - Região do Óio > “Evacuação de ferido das matas do Morés”. [Fonte: «Guerra Colonial - Angola, Guiné, Moçambique». Autores: Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes. Edição: Diário de Notícias (s/d), p 95], com a devida vénia.

RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL: «OS ENFERMEIROS»

OS CONTEXTOS DOS “FACTOS E FEITOS” EM CAMPANHA DOS VINTE E QUATRO CONDECORADOS DO EXÉRCITO COM “CRUZ DE GUERRA”, DA ESPECIALIDADE “ENFERMAGEM”



PARTE III

Foto 2 - Matas da Guiné (1970) > “Assistência a Feridos”. Margarida Calafate Ribeiro, «Dois depoimentos sobre a presença e a participação femininas na Guerra Colonial», Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 68 / 2004, Online since 01 October 2012. Fonte: Zulmira André. URL: https://journals.openedition.org/rccs/docannexe/image/1212 /img-3.jpg, com a devida vénia.


Foto 3 – Nova Lamego > 1973 > o 1.º Cabo Enf Alfredo Dinis, da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, 1973/1974), a “tratar de graves queimaduras do Filipe, resultantes da explosão de um gerador de energia, no quartel”. Foto do álbum de Alfredo Dinis (já falecido) – P6060-LG, com a devida vénia. Ver, também, “Memórias de Gabú (José Saúde): Recordando o saudoso enfermeiro Dinis” – P14106-LG.   

► Continuação do P416 (II) (12.07.21)

     1.   - INTRODUÇÃO

Na génese do presente trabalho de investigação, tal como o verificado nas anteriores temáticas, continua a prevalecer a ideia [a nossa] de que é possível ampliar o quadro historiográfico da designada «Guerra Colonial / Guerra do Ultramar / Guerra de África» (1962-1974), através do recurso ao vasto espólio documental produzido pela geração dos ex-combatentes, onde nos incluímos, pondo em prática a técnica metodológica de “análise de conteúdo”, conceito intrínseco ao por nós titulado de «Memórias Cruzadas».

No caso em apreço, procuramos salientar o importante papel desempenhado pelos nossos camaradas da “saúde militar” (e igualmente no apoio a civis e população local) – médicos e enfermeiros/as (as paraquedistas, por exemplo a da foto 2) – na nobre missão de socorrer todos os que deles necessitassem, quer em situação de combate (por exemplo a da foto 1), quer noutras ocasiões de menor risco de vida (medicina geral), mas sempre a merecerem atenção e cuidados especiais (por exemplo a da foto 3).

Recordamos, a propósito da estrutura global deste trabalho que ele foi dividido em partes, onde procuramos descrever cada um dos contextos da “missão”, analisando “factos” e “feitos” (os encontrados na literatura) dos seus actores directos “especialistas de enfermagem”, onde cada caso acabaria por influenciar a Chefia Militar na argumentação para um “louvor” e que se transformaria, depois, em condecoração com «Cruz de Guerra», maioritariamente de 3.ª e 4.ª Classe. Para o efeito, a principal fonte de informação/consulta utilizada foi a documentação oficial do Estado-Maior do Exército, elaborada pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974).

     2.   - OS “CASOS” DO ESTUDO

De acordo com a coleta de dados da pesquisa, os “casos do estudo” totalizaram vinte e quatro militares condecorados, no CTIG (1963/1974), com a «Cruz de Guerra» pertencentes aos «Serviços de Saúde Militar», três dos quais a «Título Póstumo», distinção justificada por “actos em combate”, conforme consta no quadro nominal elaborado por ordem cronológica e divulgado no primeiro fragmento – P415.

Neste terceiro fragmento analisaremos mais dois “casos”, ambos registados no ano de 1965, onde se recuperam mais algumas memórias, sempre dramáticas quando estamos perante situações que fazem apelo à sobrevivência de um SER.

       3.   - OS CONTEXTOS DOS “FEITOS” EM CAMPANHA DOS MILITARES DO EXÉRCITO CONDECORADOS COM “CRUZ DE GUERRA”, NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE “ENFERMAGEM” - (n=24)

          3.5        - ARMANDO REIS MARQUES, 1.º CABO AUXILIAR DE ENFERMEIRO DA CCAV 487, CONDECORADO COM A CRUZ DE GUERRA DE 4.ª CLASSE 

A quinta ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército, esta com medalha de «Cruz de Guerra» de 4.ª Classe, que seria a segunda de quatro distinções contabilizadas durante o ano de 1965, teve origem no desempenho tido pelo militar em título, ao socorrer os camaradas da sua unidade [CCAV 487] feridos durante a «Operação Ebro», realizada em 24 de Março de 1965, com o objectivo da conquista de Canjambari Praça.


► Histórico

◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração

▬ O.S. n.º 65, de 10 de Agosto de 1965, do QG/CTIG:

“Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento


da Medalha Militar, aprovado pelo Decreto n.º 35667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, de 19 de Março de 1966: O 1.º Cabo auxiliar de enfermeiro, n.º 276/62, Armando Reis Marques, da Companhia de Cavalaria 487 [CCAV 487] – Batalhão de Cavalaria 490, Regimento de Infantaria n.º 3.”

● Transcrição do louvor que originou a condecoração:

“Louvo o 1.º Cabo auxiliar de enfermeiro, n.º 276/62, Armando Reis Marques, da CCAV 487, porque ao longo de vinte e dois meses em que prestou serviço na Companhia, demonstrou que, além de ser muitíssimo competente na sua especialidade, possui muitas e apreciáveis qualidades, nomeadamente de coragem, desembaraço, sangue- frio, dedicação e desprezo pelo perigo.

Numa acção realizada em 24 de Março de 1965 [4.ª feira] na região de Canjambari [«Operação Ebro»], ao serem feridos três camaradas, não hesitou em, imediatamente, lhes prestar os necessários socorros, apesar da zona em que estes se encontravam continuar a ser batida por intenso fogo.

Militar correcto, aprumado e cumpridor, é um dos melhores elementos da sua Companhia e é merecedor do reconhecimento do Exército e da Nação.” (CECA; 5.º Vol, Tomo III, p 184).

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA

Para contextualização da ocorrência que esteve na base da condecoração do 1.º Cabo


enfermeiro, Armando Reis Marques, socorremo-nos das memórias reproduzidas pelo camarada António Bastos, do PCAÇ 953 (Teixeira Pinto e Farim, 1964/1966), relacionadas com a «Operação Ebro», na qual também participou.

No P9636, António Bastos dá-nos conta que o objectivo daquela missão militar era a ocupação de Canjambari Praça, local onde a sua Unidade iria ficar, doravante, instalada. As forças mobilizadas para o cumprimento da “acção”, comandadas pelo TCor Cav Fernando José Pereira Marques Cavaleiro (1917-2012), Cmdt do BCAV 490, eram constituídas pela CCAV 488, um Gr Comb da CCAV 487, PRec Fox 693, PRec Daimler 810, PSap CCS/BCAV 490, PMil 5, um Gr Comb da 1.ª CCAÇ, e o seu PCAÇ 953.

No decurso da progressão, o IN flagelou o PCAÇ 953 reforçado com o PRec Daimler 810, em Canjambari. As NT deixaram o grupo IN – com elementos armados, fardados e com capacete – aproximar-se até cerca de 10 metros, antes de abrir fogo. O IN reagiu durante cerca de 30 minutos, causando três feridos às NT e sofrendo alguns mortos. Enquanto decorria a emboscada, as NT foram flageladas da margem sul de Tita Sambo.

Como complemento ao relato anterior, recuperámos um depoimento mais detalhado, também da autoria de António Bastos, localizado no «cmjornal», edição de 21 de Junho de 2009, domingo, onde refere:

[…] “A Farim chegámos no dia 16 de Março de 1965 (2.ª feira). Eram 11h00. Fomos recebidos pelo comandante do Batalhão de Cavalaria 490 [BCAV 490], TCor Fernando Cavaleiro, e instalados na caserna do pelotão de morteiros [PMort 980], onde passámos alguns dias até começarem as operações. Uma semana depois [24Mar65] fomos acordados a meio da madrugada para participar na operação de invasão de Canjambari Praça (nome de código “Ebro”).

Estávamos no terreno há duas horas e meia quando rebentou uma mina sob uma viatura carregada de chapas e bidões abertos, entre outros materiais para a construção do destacamento. Não se registaram baixas, mas mal nos tínhamos refeito do susto fomos alvo de uma emboscada, que durou até meio da tarde. Depois os bombardeiros (T6) entraram em acção e, pelas 17h00, conseguimos avançar na conquista de Canjambari Praça (infografia acima).

Quando a situação estava controlada, recuámos para Canjambari Morcunda, a três quilómetros, onde foi construído o aquartelamento. Foi todo feito com a força humana do meu pelotão e de um pelotão de africanos [1.ª CCAÇ]”. […]

(Fonte: https://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/sofremos-castigo-por-causa-da-comida), com a devida vénia.

 

Foto 4 – Região do Óio > Farim > Canjambari > (24Mar65): “Foto tirada minutos antes de rebentar a emboscada. A secção que ia na frente deixou de ouvir os pássaros e os macacos, e fez alto à coluna. Logo a seguir ficava a bolanha e depois uma grande árvore atravessada na estrada onde eles diziam que era a porta-de-armas. Aí a secção (do PCAÇ 953) começou a embrulhar.” [Foto do álbum de António Bastos, publicada no P9636-LG], com a devida vénia.

        3.5.1   - SUBSÍDIO HISTÓRICO DA COMPANHIA DE CAVALARIA 487

= FARIM E BISSAU [PARTICIPOU NA OPERAÇÃO «TRIDENTE» INTEGRADA NO SEU BATALHÃO (BCAV 490)] (1963-1965)

Mobilizada pelo Regimento de Cavalaria 3 [RC3], de Estremoz, para cumprir a sua missão ultramarina no CTIG, a Companhia de Cavalaria 487 [CCAV 487], embarcou em Lisboa, em 17 de Julho de 1963, quarta-feira, a bordo do N/M «NIASSA», sob o comando do Capitão de Cavalaria António Varela Romeiras Júnior. Na mesma viagem seguiram também as “unidades gémeas”, CCAV 448 e CCAV 449, assim como a CCS e o restante colectivo do BCAV 490. A sua chegada a Bissau ocorreu na segunda-feira seguinte, ou seja, em 22 de Julho de 1963.

       3.5.2   - SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CCAV 487

Após o desembarque, a Companhia de Cavalaria 487 «CCAV 487» permaneceu em Bissau, às ordens do comando do seu Batalhão, como unidade de intervenção, em reforço do BCAÇ 512 [22Jul63-12Ago65, do TCor Inf António Emílio Pereira de Figueiredo Cardoso]. Nesse âmbito foi destacada para diversas operações na região do Óio-Morés, nas zonas de Encheia, Fajonquito, Bissorã e Morés, em reforço de outros Batalhões. De 14Jan64 a 24Mar64, foi integrada no seu Batalhão, na operação «Tridente», realizada nas Ilhas de Como, Caiar e Catunco, reforçada com outras subunidades, incluindo fuzileiros especiais e paraquedistas.

Concluída a sua participação na Região do Como, seguiu para Farim a fim de substituir a CART 640 [03Mar64-27Jan66; do Cap Art Carlos Alberto de Matos Gueifão] na função de subunidade de intervenção e reserva do Sector, inicialmente na dependência do BCAÇ 512 e despois do seu próprio Batalhão até ao embarque de regresso, ocorrido em 12 de Agosto de 1965.

Em 25 de Março de 1965, no âmbito da «Operação Ebro», instalou forças para ocupação da povoação de Canjambari, no seu sector, tendo as suas subunidades ficado integradas no dispositivo e manobra do seu Batalhão, a partir de 31 de Maio de 1964. (CECA; p 253).

    3.6   - JOSÉ ANDRÉ DOS SANTOS, SOLDADO MAQUEIRO DO EREC 693, CONDECORADO COM A CRUZ DE GUERRA DE 3.ª CLASSE 

A sexta ocorrência a merecer a atribuição de uma condecoração a um elemento dos «Serviços de Saúde» do Exército, esta com medalha de «Cruz de Guerra» de 3.ª Classe - a terceira de quatro distinções contabilizadas durante o ano de 1965 - teve origem no desempenho tido pelo militar em título, durante a «Operação Início», realizada em 18Jul65 (domingo), na região de Dunane (infografia abaixo), ao socorrer os camaradas feridos, tal como ele, até ao momento em que teve de ser evacuado de helicóptero, por se ter agravado o seu estado de saúde.

► Histórico


 
◙ Fundamentos relevantes para a atribuição da Condecoração

▬ O.S. n.º 73, de 03 de Setembro de 1965, do QG/CTIG:

“Manda o Governo da República, pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de Guerra de 3.ª Classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados em acções de combate na Província da Guiné Portuguesa: O Soldado maqueiro, n.º 207/64, José André dos Santos, do Esquadrão de Reconhecimento 693 [EREC 693] – Batalhão de Cavalaria 705, Regimento de Infantaria n.º 8.”

● Transcrição do louvor que originou a condecoração:

“Louvado o Soldado n.º 207/64, José André dos Santos, do EREC 693, porque durante a


emboscada sofrida na «Operação Início» [18Jul65], apesar de duramente atingido na cabeça pelo fogo inimigo, não se deixou desanimar pelo sofrimento, nem pelo sangue que jorrava em abundância e foi incansável e decidido nos primeiros socorros prestados aos restantes camaradas feridos, mantendo sempre debaixo de fogo autodomínio, abnegado espírito de sacrifício, de altruísmo e de camaradagem, dignos de especial destaque, tanto mais que o seu estado veio a impor pouco depois a sua evacuação por helicóptero.” (CECA; 5.º Vol.; Tomo III; p 348).

CONTEXTUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA

Na bibliográfica consultada, quer a de âmbito oficial quer o espólio a que habitualmente recorremos, não foi encontrada qualquer referência ao contexto relacionado com a «Operação Início», a acção militar que está na origem da condecoração atribuída ao soldado maqueiro José André dos Santos, do EREC 693, o que se lamenta.

         3.6.1   - SUBSÍDIO HISTÓRICO DO ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO 693

= BAFATÁ - FARIM - MANSOA - CANQUELIFÁ - PICHE - SARE GANÁ - (1964-1966)

Mobilizado pelo Regimento de Cavalaria 8 [RC8], de Castelo Branco, para cumprir a sua missão ultramarina no CTIG, o Esquadrão de Reconhecimento 693 [EREC 693] embarcou em Lisboa em 15 de Julho de 1964, quarta-feira, sob o comando do Capitão de Cavalaria Jaime Alexandre Santos Marques Pereira, tendo o seu desembarque ocorrido em 21 do mesmo mês.

        3.6.2   SÍNTESE DA ACTIVIDADE OPERACIONAL DO EREC 693

Após a sua chegada a Bissau, o EREC 693 seguiu para Bafatá, a fim de substituir o EREC


385 [02Ago62-23Jul64, do Cap Cav José Olímpio Caiado da Costa Gomes] como subunidade de reserva móvel do Sector do BCAÇ 506 e depois do BCAV 757. De 08Nov64 a 07Abr66, destacou um pelotão para Farim, onde reforçou o dispositivo do BCAV 490 e depois do BART 733 [14Out64-07Ago66, do TCor Art José da Glória Alves]. Por períodos variáveis, destacou pelotões para reforço de outros sectores, nomeadamente para Mansoa, de 14Jan65 a 31Mai65, em reforço do BART 645 [10Mar64-09Fev66, do TCor Art António Braamcamp Sobral], ou para reforço temporário das guarnições de Canquelifá, de 11Ago64 a 06Set64 e de 24Fev65 a 29Mar65, Piche e Sare Gana.

A partir de 01Jun65, passou à dependência operacional do CmdAgr24, mantendo a anterior missão de patrulhamento, escoltas, emboscadas e protecção, segurança e limpeza de itinerários e intervenção em operações destacando-se a «Operação Início», na região de Dunane, entre Piche e Canquelifá, em 18 de Julho de 1965, e a «Operação Aurora», na região de Banjara, de 27Abr66 a 09Mai66, entre outras.

Ainda no que concerne à «Operação Início», para além dos feridos a necessitarem de apoio de enfermagem (primeiros socorros), entre os quais se incluía o soldado maqueiro José André dos Santos, como ficou descrito no ponto da fundamentação que determinou a condecoração, um elemento do EREC 693, o soldado condutor auto rodas, Carlos Ribeiro Pereira, não resistiu vindo a falecer. Foi inumado no Cemitério de Bafatá, Campa n.º 19, conforme se pode conferir na nota de óbito abaixo (CECA; 8.º Vol., p 133).  

Entretanto, o EREC 693 continuou a ceder pelotões para reforço de diversos sectores, nomeadamente do BCAV 757 [23Abr65-20Jan67, do TCor Cav Carlos de Moura Cardoso, que era composto apenas por Comando e CCS] e depois do BCAÇ 1856 [06Ago65-15Abr67, do TCor Inf António da Anunciação Marques Lopes], em Bafatá, desde princípios de Jan66 e do BCAV 705 [24Jul64-14Mai66, do TCor Cav Manuel Maria Pereira Coutinho Correia de Freitas], em Piche, desde finais de Mar66. Em 13Mai66, foi substituído pelo EREC 1578 [13Mai66-25Jan68, do Cap Cav António Francisco Martins Marquilhas] e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso, que se realizou em 14Mai66, a bordo do N/M «UÍGE». (CECA; 7.º Vol., p 553).

Continua…

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

25JUL2021

Vd Poste da série aqui: Parte I - MEMÓRIAS CRUZADAS NAS “MATAS” DA GUINÉ (1963-1974): RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL: «OS ENFERMEIROS» (Jorge Araújo)

PARTE II - «OS ENFERMEIROS» RELEMBRANDO OS QUE, POR MISSÃO, TINHAM DE CUIDAR DAS FERIDAS CORPOREAS PROVOCADAS PELA METRALHA DA GUERRA COLONIAL (Jorge Araújo)

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