Em 2003 eu e o Cor. A. Marques Lopes trocamos uma série de mensagens referentes à Guiné nomeadamente sobre as várias operações em que o coronel, na altura 1967/69 alferes, da CART 1690, participou. Também tem participado e dado o seu contributo na temática da guerra colonial, em vários programas televisivos, nomeadamente num debate que passou na RTP 2, "Artigo 37" juntamente com Luís Cabral, ex. combatente do PAIGC e também ex. presidente da Guiné Bissau, entre outros, moderado pela Jornalista Diana Andringa, que também é autora desse mesmo programa.
Debate sobre a Guerra Colonial, FEV 2001 (Diana Andringa) RTP2
Debate sobre a Guerra Colonial, FEV 2001 (Diana Andringa) RTP2
SC
Fotos: Cor. A. Marques Lopes, direitos reservados
Amigo Marques Lopes (Banjara) cumprimentos.
Depois de ter lido os relatórios das várias OP que me mandou, chego à conclusão que o amigo participou num programa do canal 2 da RTP "artigo 37" apresentado pela jornalista Diana Andringa, juntamente com Luís Cabral entre outros. Vi-me obrigado a visionar de novo esse programa para confirmação. No que diz respeito aos relatórios, que me mandou, são documentos para mim muito valiosos, costumo guardar tudo que se relacione com a guerra colonial da Guiné que, para além das situações que passamos nunca esqueceremos essa fase da nossa vida, acho até que devem ser divulgadas, não é saudosismo da minha parte, mas sim um marco da nossa História em que os governos deveriam através das escolas dar a conhecer essa dura realidade. Por mim pode continuar a mandar DOC
António Castro
Caro António Castro,
é verdade que participei nesse programa da Diana Andringa, creio que em Fevereiro de 2001 (se bem que o programa só foi transmitido mais tarde, já depois de eu passar à Reforma Extraordinária, em 8 de Março de 2001).
Eu podia não ter dito nada, mas fiz questão de dizer ao General Comandante da Região Militar do Norte que ia participar nesse programa. Foi giro: meteu telefonemas para o Estado-Maior do Exército, autorizações... até que, às 23h00 do dia anterior a eu ter partido para Lisboa para gravar o programa me telefonou o adjunto do General a dizer que sim, senhor, podia participar... Mas eu fiz mesmo questão de dizer à Diana Andringa que estava devidamente autorizado para estar ali...
Vou-te mandar mais alguns relatórios a ti, mas não os vou pôr já no site do grupo, porque acho que começa a ser demais...
Mata muito densa |
Helicóptero 1 |
Casa de mato |
A retirada |
Helicóptero 2 |
Bigodes, o Paulino, de que já falei, quis saltar para cima dela, apesar de ela estar com a barriga aberta com uma rajada. Tive que lhe bater. Mas ele até era um puto porreiro. O que sucede é que, de uma maneira, ou de outra, todos actuávamos como animais. Esta é uma situação que nunca me sai do meu pensamento... e da minha consciência. Percebes, com certeza. Tinham muitos livros em português, que era o que estavam a ensinar aos miúdos. Trouxemos também (imagina!) uns paramentos completos de um padre católico! Aliás, o Luís Cabral confirmou-me, depois, que havia lá um padre católico.
Mais lembranças, meu amigo. Lembranças que se nos pegaram para toda a vida.
Até à próxima.Um abraço.
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