Caríssimo
Camarada Sousa de Castro
Os
meus melhores cumprimentos.
Estamos
a poucos dias da concretização de mais um Convívio Anual dos ex-combatentes da
CART 3494, ano em que comemoraremos a trigésima edição com o regresso às origens, ou seja, a Vila Nova de Gaia e ao seu Quartel de Artilharia na Serra
do Pilar, antes designado pela sigla «RAP2», depois «RASP» e agora «RA5»Face
à inexistência de um documento histórico que permitisse ao nosso colectivo
identificar a evolução dos Encontros/Convívios já realizados em anos
anteriores, no qual se incluía, igualmente, o desconhecimento generalizado
sobre o processo que esteve na base do reagrupar das/dos Tropas, tomei a
iniciativa de proceder à sua reconstituição durante o ano passado, com o apoio
de alguns camaradas.
Deste
trabalho de pesquisa, que considero incompleto, foi possível organizá-lo em
quatro partes, estruturadas do mais recente ao mais antigo, e que podem ser
consultadas neste blogue na etiqueta «encontros», na coluna da direita.
Como
a informação, mais ou menos detalhada, estava dispersa por quatro narrativas,
entendi aproveitar esta efeméride dos «XXX ENCONTROS» para fazer um novo texto
resumo, onde se identificam cronologicamente todos os convívios realizados
desde 1986, com datas, locais e respectivos organizadores.
Concluído
este processo, impõe-se, depois, dar-lhe continuidade, actualizando-o.
Com
um forte abraço de amizade.
Jorge
Araújo.
GUINÉ
Jorge
Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo,
1972/1974)
- Um Itinerário Histórico
de trinta anos [1986-2015] -
1. - INTRODUÇÃO
Está aprazado para o próximo dia 13 de JUNHO de 2015, sábado, um novo
ENCONTRO/CONVÍVIO ANUAL – o XXX –
dos ex-combatentes da Companhia de
Artilharia 3494, do BART 3873, que se conheceram no já longínquo ano de
1971.
Esta relação iniciada na Metrópole, no
ano acima, teve no Comando do Regimento de Artilharia Pesada 2 [RAP2], da Serra
do Pilar, em Vila Nova de Gaia [agora Regimento de Artilharia n.º 5], a
principal testemunha, gravando nas páginas de um dos livros da sua
historiografia os nomes de cerca de cento e setenta milicianos, entre oficiais,
sargentos e praças, nascidos maioritariamente no ano de 1950, donde saiu, em 22DEC1971,
4.ª feira, mais um contingente militar com destino ao Comando Territorial
Independente da Guiné [CTIG].
A este primeiro Encontro formal – o
militar, selado há quarenta e quatro anos, seguiram-se, no CTIG (Comando Territorial
Independente da Guiné), outros encontros e desencontros durante vinte e sete
meses e uma semana [de 29DEC1971 a 3ABR1974], por efeito das acções que nos
foram confiadas nas várias frentes da nossa missão ultramarina.
Em colectivo, fomos capazes de superar a
grande maioria das adversidades que durante aquele tempo nos foram surgindo no
caminho, por efeito de trilharmos os difíceis e problemáticos itinerários do
Xime, Enxalé, Mansambo e outros contextos incluídos no vasto Sector Leste [L1 -
Bambadinca], onde emergiam inúmeras armadinhas, que nos obrigavam a controlar
as sucessivas emoções/tensões e que suscitavam permanentes incertezas quanto ao
outro dia que se seguia no calendário.
Mas… esse tempo é/está passado…
Agora,
no Restaurante Quinta da Paradela, sito na Freguesia de Pedroso, no Município
de Vila Nova de Gaia, será à volta das mesas da imagem ao lado, que iremos ter
a oportunidade de trazer à memória muitos dos episódios que então
experienciámos, alguns já conhecidos da maioria, outros que entretanto nos
recordámos e que importa divulgá-los em primeira mão. Desta forma solidária e
fraterna, continuaremos a aprofundar entre nós, ex-combatentes e familiares, os
laços de lealdade de dimensão inter-humana.
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Ex. Fur. Domingues |
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Ex. Fur. Dias |
Na
edição deste ano, onde comemoraremos uma efeméride de trinta Convívios, com
organizações continuadas e descentralizadas em vários cidades da Região Norte e
Centro do País [ P206 + P207 + P208 + P213 + P214], a Comissão Organizadora do XXX Encontro, a cargo dos camaradas Luís
Coutinho Domingues e Manuel Benjamim Dias [esqª./dtª. - fotos de 1973], fez/faz
questão de nos levar ao local onde tudo começou, ou seja, às origens.
Eis, um motivo mais para estarmos
presentes.
2. - ANTECEDENTES
HISTÓRICOS
Como seria natural e normal, com a
conclusão do Serviço Militar Obrigatório, que variou entre os três e os cinco
anos, conforme os casos, deu-se início a uma nova etapa das nossas vidas. Por
essa razão, tomaram-se diferentes opções em função de projectos profissionais
antigos, que tinham ficado em suspenso, ou equacionaram-se novas possibilidades,
no País ou além-fronteiras.
Na maioria dos casos ocorreu a constituição
de novas famílias e, concomitantemente, assistimos ao nascimento dos primeiros
herdeiros. Na prática, estas mudanças sucessivas obrigaram-nos a gerir, com bom
senso, a natureza desses novos tempos a partir da interface entre o tempo
social e o tempo profissional.
Uma vez que cada um seguiu em frente, em
função das escolhas do sentido da sua acção e das dinâmicas de cada momento, a
“família militar dos fantasmas do Xime”, da CART 3494, esteve desencontrada
e desorganizada durante dez anos.
3. - O
[re] AGRUPAR DAS/DOS TROPAS
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Lúcio (Vizela) |
O processo de reorganização das/dos
tropas da CART 3494 iniciou-se, então, em 1984, dez anos depois da sua chegada
a Lisboa em 3ABR1974. Essa iniciativa, que já louvámos anteriormente, esteve a
cargo do camarada Lúcio Monteiro da Silva [ex-1ºC.], também conhecido por
«Vizela», e residente em Moreira de Cónegos, Guimarães.
Durante dois anos [1984-1986], este procurou
organizar uma base de dados que permitisse estabelecer contactos entre os
elementos listados no sentido de poder realizar-se, tão breve quanto possível,
um Encontro/Convívio anual. Depois de algumas centenas de quilómetros efectuados
entre diferentes localidades do Norte e Centro do País, particularmente no
Minho e Douro, de onde a maioria do contingente era natural e/ou residente,
concretizou-se em 14 de JUNHO de 1986, sábado [faz vinte e nove anos], o
1.º Almoço/Convívio/Encontro dos ex-Combatentes da CART 3494.
Ainda
que com reduzida participação, os pioneiros deste movimento de reorganização
das/dos tropas da CART 3494 reuniram-se,
naquela data, no Restaurante «O Frangueiro», em A Ver-o-Mar [Póvoa do Varzim],
pertença do camarada João Machado [cozinheiro], com a presença do Júlio Peixoto
[condutor], Alcides Castro [cantineiro] e Lúcio Monteiro [1.º cabo atirador],
entre outros [P184], com a concentração a ter lugar nos espaços exteriores da
Praça de Touros da Póvoa de Varzim.
4. – O ITINERÁRIO
HISTÓRICO DE TRINTA EDIÇÕES [1986-2015]
Na sequência do trabalho de pesquisa que
realizámos anteriormente visando reconstituir/reorganizar o caminho iniciado em
1986 pelos pioneiros, e já publicado em quatro narrativas, conforme se pode
conferir nos P207; P208; P213 e P214, este só foi possível concretizar com o
apoio documental dos camaradas João Machado e Sousa de Castro, e oral de outros
camaradas que participaram em diferentes Encontros.
Porém, é de referir que, numa
perspectiva global, este nosso trabalho ficou aquém do que era expectável, particularmente
no que concerne à divulgação de imagens relacionadas com cada um dos eventos.
Contudo, como “o óptimo é inimigo do bom”, conceito atribuído ao ensaísta e filósofo
francês Voltaire [François-Marie Arouet (1694-1778)], pode ser que surja outra
oportunidade para o melhorar. Aguardemos!
Entretanto, apresentamos neste texto uma
nova retrospectiva cronológica, resumindo os primeiros vinte e nove ENCONTROS, indicando-se as datas, os
locais e os seus organizadores, enquadrados por uma imagem [a possível…] de
cada um deles.
→ Jorge Araújo deixou o comentário abaixo, fazendo referência
aos artilheiros de OBUS 10,5 cm, que não fazendo parte da CART 3494, são considerados
como se o fossem, sem esqueçer-mos também do pessoal dos 1º e 2º ESQ. PEL MORT 2268 e PEL MORT.
4575, que prestavam apoio de fogo de Morteiro 81mm sempre que solicitados, contribuiram positivamente para a defesa da companhia e do aquartelamento nas
melhores condições possíveis.
Bem hajam!
SC
Camaradas,
Não
raras vezes, a nossa memória de longo prazo atraiçoa-nos e para
justificar essas falhas não encontramos justificações plausíveis.
E o que aconteceu?
Nas
diferentes narrativas que já elaborei, recuperando contextos e
vivências concretas da nossa acção militar no CTIG [subsector do Xime],
fiz referência aos apoios prestados pela equipa dos artilheiros do 20.º
Pelotão de Artilharia que, tal como nós, estava sediado no Xime.
De
facto, foram estes camaradas que, quando era necessário defender o
Aquartelamento ou em circunstâncias mais problemáticas por que passámos
fora deste, nos protegeram e nos auxiliaram no desempenho das nossas
missões.
Daí que, não pertencendo eles, de facto, à
estrutura orgânica da CART 3494, estes elementos são considerados, por
pleno direito, membros da nossa família.
Dito isto, e
porque estou certo de que o nosso colectivo partilha deste sentimento,
endereço, por este meio, um convite a todos os ex-veteranos do 20.º
Pelotão de Artilharia que connosco, como referi anteriormente,
partilharam o mesmo tempo e os mesmos espaços, a juntarem-se a nós no
próximo dia 13JUN2015, em Vila Nova de Gaia.
Vou pedir
ao nosso camarada ex-Furriel Manuel Lino que elabore um escrito com uma
pequena caracterização histórica do seu Grupo de Artilheiros e mais o
que entender por oportuno.
Relembro os seus nomes: ex-Alferes Pinho e Maurício Viegas e os ex-Furriéis Josué Chinelo, José Pacheco e Manuel Lino.
Estamos gratos a todos eles.
Saudações fraternas.
Jorge Araújo.
4.1 - OS TRINTA
ENCONTROS/CONVÍVIOS [1986-2015]